Preocupada com a dengue, e com as novas doenças, também transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, a população do Alto Tietê está reforçando a atenção para não permitir que o inseto prospere na região. O método mais conhecido continua sendo a eliminação de água parada, meio pelo qual o mosquito deposita os ovos.
A reportagem visitou alguns pontos de Mogi das Cruzes e Suzano e percebeu a necessidade que as pessoas têm para acabar com os criadouros, principalmente naquelas que já tiveram dengue no passado. "Peguei a doença quando ainda morava na Bahia, em 1999, mas nunca mais esqueci. Hoje minha preocupação é não deixar que o mosquito entre na minha casa. Tenho filho pequeno e não posso me descuidar", revelou a dona de casa Ana Lúcia Fernandes, de 33 anos, moradora do Jardim do Bosque, em Suzano.
Além do cuidado com a casa, Ana destacou que, por morar em área de mata, faz uso de repelente para dificultar a proliferação do mosquito. "Fico tão preocupada com a dengue que esse ano tomei vacina contra a gripe e tive reação, fui correndo fazer os exames, mas não era nada".
Mesmo para quem nunca pegou a doença a atenção não ganha folga, ainda mais quando se mora em locais onde há alagamentos, como é o caso da merendeira Rosangela Cristina Santana, 45, moradora do distrito de Jundiapeba, em Mogi.
Em conversa com o Dat, na porta de casa, Rosângela informou que faz todo o possível para que o Aedes não entre no imóvel. Chega, inclusive, a telefonar para os filhos para ficarem de olho em possíveis criadouros, no entanto a maior preocupação está fora da residência. "Não tem nada na minha casa, mas olha isso aqui. É só chover que alaga esse pedaço e fica assim por dias", ressalta a merendeira, apontando para uma poça de água na rua Manoel de Freitas Garcia, onde mora.
Rosângela informou que alguns vizinhos e colegas de trabalho já ficaram doentes, mas para não correr esse risco, chega a jogar cloro nessas poças. "Todo esse pedaço fica cheio de água. Eu mesmo jogo cloro para acabar com a larva, ainda assim teve gente que ficou doente", definiu.
Chikungunya
Mesmo com pouco incidência na região, o zika vírus e a febre chikungunya também está tirando o sono dos moradores. Vale lembrar que o primeiro pode afetar a gravidez de diferentes formas. "Aqui em casa estamos fazendo o máximo. Ninguém aqui ficou doente. Ainda tem essas duas doenças que ninguém sabe o que é", disse o ajudante geral Milton Lopes, 45, morador de Jundiapeba.
O aposentado Antônio Bando, 64, da Vila Amorim, em Suzano, revelou que utilizou até veneno para impedir a vinda do inseto. "O pessoal da rua usava sim, mas ai começou a aparecer uns animais mortos e tivemos que parar. O problema agora são essas duas doenças novas", finalizou.