Moradores do Jardim Margarida estão preocupados com a decisão do Ministério Público, que pede a retirada de famílias que vivem na região da rua Sofia, considerada área de risco. A informação da saída das pessoas foi anunciada na sexta-feira retrasada pela Prefeitura de Mogi das Cruzes. De acordo com os moradores, eles têm até o dia 31 de dezembro para deixar as residências. Segundo a Prefeitura, as famílias serão encaminhadas para unidades do programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida" do Bosque II, que devem ser entregues nas próximas semanas. No entanto, as pessoas reclamam que não encontram casas para alugar com o valor do Auxílio Aluguel oferecido pela Prefeitura.
A cozinheira Márcia Maria Nascimento de Oliveira, de 38 anos, contou que vive há oito anos no imóvel. "Comprei a propriedade e pago meus impostos em dia. Iríamos morar nos apartamentos do Minha Casa, Minha Vida, mas há um ano o salão de festas do prédio caiu e desde então não deram uma data para entrega. Na sexta-feira (dia 11), fomos chamados para uma reunião na Prefeitura e nos informaram que tínhamos até o dia 31 de dezembro para deixar nossas casas. Ofereceram o Auxílio Aluguel de R$ 540, mas não estou encontrando nenhum lugar por esse preço. Além disso, as pessoas pedem uma garantia ou contrato, mas não sabemos quanto tempo vamos ficar. Fomos informados que se não deixarmos nossas casas até o dia 31, seremos despejados e não teremos direito ao Auxílio Aluguel", afirmou.
Por meio de nota, a Coordenadoria Municipal de Habitação informou que "a saída dessas quatro famílias do Jardim Margarida resulta de uma ação judicial proposta pelo Ministério Público, já que é o local é área de risco. Há mais de um ano a Habitação vem se reunindo com essas pessoas e fazendo o trabalho de orientação, portanto todas estão cientes da situação. As quatro famílias foram incluídas no programa Aluguel Solidário e todas terão atendimento definitivo com unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida. As unidades do Bosque II serão entregues dentro nas próximas semanas".
Foi dito ainda que "como se trata de área de risco, há também um trabalho por parte da Defesa Civil, que faz o monitoramento de estabilidade do solo. A orientação para as famílias que são incluídas no programa Aluguel Solidário é para que, primeiramente, busquem abrigo na casa de parentes e amigos. Caso não tenham essa alternativa e precisem alugar um imóvel, a Secretaria de Habitação também pode auxiliar com a emissão de uma cópia do empenho, que serve como garantia de que o aluguel será pago".