A maternidade da Santa Casa de Misericórdia de Mogi das Cruzes está superlotada. A unidade passou a operar com um plano de contingenciamento, solicitando a transferência das pacientes para outros hospitais. Além disso, orienta as gestantes de  cidades vizinhas a buscarem um local de referência em obstetrícia no município onde mora.
O plano de contingenciamento engloba ações emergenciais como a implantação de leitos extras de UTI Neonatal (a chamada reserva técnica), bem como a transferência de gestantes antes do parto ou de recém-nascidos em condições estáveis para outras maternidades por meio da Central de Regulamentação de Oferta de Serviços de Saúde (Cross), ligada à Secretaria de Estado da Saúde.
De acordo com o diretor técnico da Santa Casa, Nicolau Machado Caivano, todos os nove leitos da UTI Neonatal estão ocupados e dois leitos extras, da reserva técnica, precisaram ser implantados para atender a demanda. "Ás vezes a gente precisa de mais leitos de UTI do que temos. Então acionamos o nosso Plano de Contingência. Temos material extra para receber esses bebês que chegam, mas não podemos ficar com recém-nascidos acima de nossa capacidade. Por isso que a gente pede a transferência. E para aqueles que são de outros municípios, pedimos para buscarem o atendimento na cidade onde vive", disse.
Para Caivano, a crescente demanda é reflexo do atendimento a pacientes de fora de Mogi, bem como do fechamento de maternidades públicas e privadas em toda a região. "A gente recebe todos os casos de baixo e alto riscos. Com isso, estamos tendo um acúmulo muito grande de pessoas de outras cidades, que não estão conseguindo atendimento. A nossa capacidade fica completa praticamente todos os dias", comentou.
O grande número de gestantes de outras cidades atendidas na unidade também foi apontado pelo secretário municipal de Saúde, Marcello Cusatis, que vistoriou ontem a maternidade do hospital. "A Santa Casa serve de apoio para outros municípios, mas ela tem que fazer este apoio somente até o momento em que pode. Quando há uma superlotação cada município precisa achar a sua referência até que a unidade entre no seu estado de normalidade. Estamos com 13 bebês na UTI sendo que podemos ter apenas nove. Além disso, teríamos que ter no máximo 20 recém-nascidos internados na maternidade e ao todo temos mais de 30", frisou.
A gerente do Centro de Apoio Regional de Saúde, Virgínia Garcia Leme, por sua vez, disse que o programa Rede Cegonha, da Secretaria de Estado da Saúde, tem feito todos os esforços  para que a situação seja normalizada. "A Santa Casa de Mogi é regional e nesse momento a gente pode comprovar que é uma situação crítica e que nós vamos fazer tudo o que pudermos para ajudar. Pelo Cross vamos tentar transferir alguns pacientes para que o cenário volte a normalidade", concluiu.