O fechamento Hospital Materno-Infantil, pertencente ao Hospital Ipiranga de Mogi das Cruzes, noticiado em manchete pelo Mogi News na última sexta-feira, 18, pegou os mogianos de surpresa. É que o espaço hospitalar, que funcionava há pouco mais de dois anos, era referência na região no quesito equipamentos modernos e tecnologia avançada. 
Administrado pelo grupo Amil, a unidade atendeu 1.315 partos de janeiro a novembro deste ano. Com o fechamento, Mogi agora tem apenas uma maternidade particular, o Hospital Mogi-Mater. Na rede pública, a unidade de referência para os partos é a Santa Casa.
Inaugurado em 2013, a unidade materno-infantil do Ipiranga ocupava quatro pavimentos do prédio onde funcionava o Hospital do Câncer Doutor Flávio Isaías Rodrigues, no Alto do Ipiranga, e vai encerrar os atendimentos no próximo dia 15 de janeiro de 2016. Os pacientes da Amil serão direcionadas para o Hospital e Maternidade Ipiranga Arujá, na avenida Melvin Jones, 90, no centro de Arujá. Lembrando que os pacientes têm o direito de optar em que hospital pretendem ser atendidos, de acordo com o plano de saúde.
Para o secretário de Saúde de Mogi, Marcello Cusátis, o Téo, a situação é muito ruim para a cidade, pois cerca de 38% da população mogiana tem algum tipo de plano de saúde. "Com o fechamento, o município não apenas perderá a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica, mas principalmente dez leitos de UTI Neonatal", ressalta Téo.
O secretário avalia ainda sobre o fato de muitos funcionários da área da saúde estarem procurando pela Prefeitura para obterem mais informações. "Como se trata de um rede particular, apenas o grupo responsável tem as informações", explica.
Para o diretor técnico da Santa Casa mogiana, o médico Nicolau Machado Caivano, já foi notado um progressivo aumento da demanda da maternidade. "Nós estamos nos adequando progressivamente a esta nova realidade. No cenário em que vivemos atualmente as pessoas têm perdido seus empregos, seus convênios e têm vivido situações de grande dificuldade e, portanto, migrando muitas vezes para o Sistema Único de Saúde (SUS)."
Caivano destaca que o hospital está trabalhando para melhorar, cada vez mais, o atendimento em todas as especialidades, com grande foco na maternidade. "Porém, no momento não há condições de expansão física", explica.
Atualmente a Santa Casa realiza aproximadamente 450 partos por mês, em sua grande maioria de pacientes provenientes do SUS, tanto de Mogi quanto das demais cidades do Alto Tietê.
"Acreditamos que os pacientes que contam com serviço médico através de planos de saúde irão buscar atendimento nas maternidades de referências desses convênios e que poucos virão para nosso hospital", analisa. "Vivemos um momento no qual existe essa tendência dos hospitais em reduzir o número de maternidades, e isso não vem ocorrendo só na nossa região mas sim em todo estado de São Paulo", conclui Caivano.
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