Após o governador Geraldo Alckmin (PSDB) oficializar no último sábado a revogação da reorganização escolar em São Paulo, a Escola Estadual Professora Benedita Garcia da Cruz, em Poá, seguia ocupada até o final da tarde de ontem. Segundo os alunos, uma reunião seria realizada à noite para decidir se o grupo deixaria ou não o prédio.
Apesar da reclamação inicial dos estudantes ser a falta de diálogo por parte do governo do Estado, mesmo com o anúncio do governador de que o assunto será debatido com pais e alunos durante todo o ano de 2016, o grupo se recusa a sair da escola.
"O Estado apenas suspende, mas nós queremos que a reorganização seja cancelada, que ela não aconteça mais em situação nenhuma, por isso vamos discutir se a ocupação será mantida ou não", explicou um aluno que atendeu a reportagem na manhã de ontem em frente à escola, localizada em Calmon Viana. Em todo o Estado, pelo menos 180 unidades permanecem ocupadas.
Em Mogi das Cruzes, o grupo que ocupava a Escola Estadual Francisco de Souza Mello, no Botujuru, deixou a unidade durante o último fim de semana, após a notícia sobre o adiamento da reorganização da rede estadual de Educação. Na semana passada, a coordenadora da subsede do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Vânia Aparecida da Silva, informou que esse seria o primeiro passo, porém, acrescentou que a entidade pediria a suspensão da reorganização e não o adiamento.
Reorganização
A mudança proposta pelo Estado iria provocar o fechamento de 93 escolas, a transferência de 311 mil alunos para outras unidades e a formação de 754 novas unidades de ciclo único. Segundo o então secretário da Educação, Herman Voorwald, que entregou o cargo na última sexta-feira, o projeto iria melhorar a qualidade do ensino pela divisão das escolas em ciclos e o agrupamento dos alunos por faixa etária.
Na região, somente Mogi teria três escolas fechadas. Em Poá, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Suzano e Arujá haveria apenas mudança de ciclos e transferência de alunos.