Praticamente a metade das indústrias do Alto Tietê vai suspender as atividades neste final de ano, segundo pesquisa da Diretoria Regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). O porcentual - 47% - de companhias que vão conceder férias coletivas entre dezembro e janeiro é superior ao registrado nos anos de 2014 (40%) e 2013 (13,5%), e retrata as dificuldades enfrentadas pelo setor.
Entre as empresas que vão dar férias coletivas aos funcionários, muitas ficarão com a produção parada por pelo menos 20 dias. É o caso daquelas fábricas que vão suspender o funcionamento já na próxima segunda-feira, com retorno em 4 de janeiro. Outras, optaram por 15 dias de interrupção das atividades, com férias a partir do dia 21 e 24 de dezembro, com retorno respectivamente em 4 e 7 de janeiro.
"O cenário industrial de 2015, em especial o deste segundo semestre, indicava que teríamos mais empresas parando no final do ano, pois os estoques estão altos e as vendas reduzidas. Aliás, muitas indústrias já chegaram a parar também no meio do ano e vão novamente usar desse recurso numa tentativa de minimizar os prejuízos, enquanto outras, que não costumavam aderir às férias coletivas, agora vão se valer dela", avalia José Francisco Caseiro, diretor do Ciesp Alto Tietê.
"Esse intervalo nas atividades possibilita que as empresas tenham uma economia de custos e um controle de estoque, o que é essencial para a retomada no próximo ano", acrescenta o dirigente.
O parque industrial do Alto Tietê conta com cerca de 2.000 empresas e aproximadamente 75 mil funcionários, o que corresponde a 30% dos trabalhadores com carteira assinada na região.
Demissões
A recente pesquisa de emprego realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), revelou mais demissões no setor em outubro, mais uma prova da crise enfrentada pelo setor. Juntas, as cidades de Mogi e Suzano somaram 92 postos de trabalho fechados no período. Em 12 meses (de outubro de 2014 a outubro de 2015), foram demitidos 1.088 trabalhadores nas duas cidades.
O nível de emprego na construção civil de Mogi recuou 0,76% em outubro em relação a setembro, com fechamento de 66 postos. No acumulado do ano foram cortados 314 empregos em relação ao mesmo período de 2014.
Em relação a outubro do ano passado, a queda é de 7,58%, o equivalente a menos 705 empregos. No mês, Mogi registrava 8.599 trabalhadores na construção civil.
Em Suzano, o índice ficou negativo em 0,98% com perda de 26 postos de trabalho. Na comparação com outubro de 2014, a pesquisa apresenta queda de 12,73%, negativo em 65 empregos. No acumulado do ano, contra o mesmo período de 2014, o indicador apresenta queda de 2,21%, negativo em 65 empregos. No fim de mês, Suzano contava com 2.625 trabalhadores no setor.