A escola estadual Professor Francisco de Souza Mello, no Botujuru, é a primeira unidade de Mogi das Cruzes a ser ocupada em protesto contra a reorganização, promovida pela Secretaria Estadual de Educação. Pais e estudantes decidiram ocupar o local na manhã de ontem, depois de reuniões realizadas desde sábado.
De acordo com os organizadores da ação, não existe um prazo para a desocupação. A dirigente regional de ensino de Mogi, Rosânia Morales Morroni, acompanhou a ocupação na manhã de ontem e afirmou que a diretoria de ensino "está aberta ao diálogo".
Hoje, às 14 horas, uma reunião está agendada entre a dirigente e os pais dos estudantes. Rosânia informou que a direção da escola ia registrar um boletim de ocorrência. Ela disse que com o boletim em mãos iria buscar a Justiça para pedir a desocupação. "Ainda estamos averiguando e pedindo a identificação das pessoas. Precisamos saber se realmente são pais. Percebemos que há um viés político partidário muito forte. Existe um pré-candidato a vereador. A diretora está fazendo o boletim, pois precisa salvaguardar a escola", disse.
Segundo Rosânia, uma reunião foi realizada com pais e estudantes na manhã de ontem para esclarecer as dúvidas. As aulas não foram afetadas. "Vamos receber os pais e a equipe técnica vai conversar com eles", afirmou.
Um dos manifestantes, Eduardo Marques afirmou que a decisão de ocupar a escola começou a ser tomada no sábado. De acordo com ele, os pais e estudantes são contra a reorganização. "Fizemos uma assembleia com os alunos, pois eles são os mais afetados. A dirigente veio, ouviu os questionamentos, mas marcou esta reunião para amanhã (hoje). Para a gente não adianta, pois amanhã (hoje) já vai ser publicado o edital que autoriza a reorganização. Essa escola tem entre 600 e 700 alunos. Temos mais de 30 pessoas, entre pais e alunos que estão ocupando a unidade", afirmou. Sobre o encontro agendado para hoje, Marques disse que os pais devem fazer uma reunião para decidir se participarão ou não do encontro.
Com a reorganização proposta pela Secretaria Estadual de Educação, a escola estadual Professor Francisco de Souza Mello passaria a ter apenas ensino médio. Parte dos alunos seria remanejada para a escola estadual José Ribeiro Guimarães. A auxiliar de laboratório Elizabeth Vieira, de 45 anos, foi pega de surpresa pela ocupação, mas apoiou o movimento. "Tenho duas filhas que estudam aqui e uma será transferida. Isso será muito ruim", avaliou.