O Estúdio Municipal de Áudio e Música (EMAM) acaba de completar dois meses de funcionamento e já recebe, de terça a sábado, artistas que estão no processo de gravação. Os sete projetos aprovados pelo primeiro processo seletivo estão sendo gravados - alguns, inclusive, já estão em fase de finalização - e outros projetos, todos com caráter de preservação da memória cultural de Mogi das Cruzes já passam ou passarão em breve por gravações.
Os projetos aprovados pelo primeiro edital e que estão com as gravações em andamento são "Estreitos Nós", da cantora mogiana Aline Chiaradia, "De Cara", do músico mogiano Enio Lobo, "Slow Mind", de Giani Rodrigues da Cunha, "Juquinha Volume I", de Kleyton Oliveira, "Em Casa", do músico Waldir Vera, "As Lavadeiras", de Karen Dias Soares Santana e "Contra o extermínio", de Marcos de Siqueira da Silva. Eles se dividem por categorias, como CD autoral, CD cover, EP autoral e EP autoral de rap. O projeto "Slow Mind", da categoria EP autoral, já entrou na fase de edição e mixagem e é, portanto, um dos mais adiantados.
Já os projetos de preservação da memória do município são três. Um deles é uma coletânea, com a participação de vários pianistas, de composições do saudoso maestro Gaó. Por meio do pianista Carlos Albertini, que atua junto ao coral do Carmo e já conviveu com Gaó, a Secretaria de Cultura teve acesso a um rico material do maestro, que contava inclusive com músicas inéditas, e é isso que está sendo gravado no momento.
Todo esse material será incorporado ao projeto Coleção Boigyana, que era inicialmente dedicado exclusivamente a obras literárias, com a reedição de publicações póstumas, bem como de livros inéditos, de autores de expressão da cultura mogiana, porém que agora passará a contar também com material sonoro.
"O maestro Gaó é um dos grandes nomes da música erudita no cenário internacional e ele teve uma passagem por Mogi. Tivemos essa honra de tê-lo aqui na cidade, logo, não poderíamos deixar de fazer esse registro. O pianista Carlos Albertini, além de nos trazer um rico material de Gaó, mantém contato com o filho do Gaó, que mora nos Estados Unidos. Foi este filho, inclusive, que autorizou essa gravação, além de ter se demonstrado muito feliz com a homenagem", explica Sartori.
Outro projeto de preservação da história, que deverá ser gravado no final deste mês, é o áudio de um espetáculo do Teatro Experimental Mogiano - TEM. O grupo completou 50 anos de atividades em 2015 - o chamado Jubileu de Ouro - e recebeu, inclusive, diplomas de Honra ao Mérito da Câmara Municipal no último dia 6 pelo meio século de atuação. A gravação deve ter a participação de 10 a 15 atores do grupo.
Além disso, outra ideia que deve ser concretizada em 2016 é a gravação das paródias de músicas americanas que eram cantadas pelos expedicionários mogianos no front italiano durante a 2ª Guerra Mundial. As letras serão resgatadas a partir da memória do ex-expedicionário Miled Cury Andere e a gravação sonora será feita por membros da Orquestra Sinfônica de Mogi das Cruzes, comandada pelo maestro Lélis Gerson.