Uma nova escola da região foi ocupada por estudantes descontentes com a reorganização escolar proposta pelo governo do Estado. Depois da Escola Estadual (EE) Professora Nanci Cristina, em Poá, a EE Cícero Antônio de Sá Ramalho, em Itaquaquecetuba, também está abrigando alunos da rede estadual desde a noite de anteontem.
Conforme o Dat apurou, sete estudantes ocuparam a escola às 23h30 do último domingo. A Polícia Militar foi até o local na mesma noite após receber uma denúncia de invasão. "Nós encontramos hoje cedo (ontem) sete alunos no local, sendo dois maiores e o restante menor. Eles foram advertidos sobre o crime de dano ao patrimônio público e também pegamos os dados pessoais de cada um, mas até o momento não houve qualquer ocorrência. A ocupação está pacífica", explicou capitão Leandro, que comandou a ação no local. Segundo ele, os estudantes que deixarem a escola não serão autorizados a voltar. "Estamos esperando uma determinação judicial para fazer a desocupação", completou.
A reportagem apurou com professores que o motivo da ocupação é a mudança de escola dos alunos do ensino médio e do ciclo II do ensino fundamental. O objetivo do governo do Estado é que a instituição receba apenas o ciclo I, mas os estudantes alegam que as distâncias para as novas unidades são muito grandes. As transferências se darão para as escolas Zilda Braconi, na Vila Bartira, e Vila Arizona I, no Jardim Zélia.
Segundo o presidente da Associação Amigos de Bairro da Vila Monte Belo, José Henrique Genésio, inicialmente, a escola seria fechada e o prédio disponibilizado para a Prefeitura de Itaquá. "A comunidade se mobilizou junto com a direção da escola e o fechamento foi descartado, mas depois a direção definiu a mudança dos ciclos sem falar com os pais e alunos, aí todos se revoltaram", explicou. O Dat não foi recebido pelos alunos que ocupam a unidade escolar.
Estado
Questionada ontem, a Secretaria de Estado da Educação informou "que protocolou junto ao Tribunal de Justiça propostas de negociação com estudantes para desocupação das escolas, mas mais uma vez não obteve acordo". A pasta destacou que se mantém aberta ao diálogo e que o conteúdo pedagógico perdido pelos alunos será reposto após o encerramento do calendário oficial. "A Secretaria reforça ainda que a reorganização entregará mais de 700 escolas segmentadas pela idade de seus alunos e que nenhuma escola será fechada, ao contrário, todas elas passarão a atender demandas regionais, como ensino infantil (creches) e ensino técnico".