Uma caminhada pelas ruas do centro de Mogi das Cruzes marcou o dia D em comemoração ao Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado em 3 de dezembro. A concentração para o evento foi realizada na praça Coronel Almeida, na área central. Com música e dança, os participantes falaram sobre a importância da data. De acordo com a coordenadora municipal da Pessoa com Deficiência, Valeriana Alves, a falta de acessibilidade e o preconceito ainda são os principais obstáculos enfrentados no dia a dia.
O tradicional "cadeiraço" entrou em seu 5° ano no município. Ele tem o objetivo de chamar a atenção da população para a questão da pessoa com deficiência. Valeriana informou que a estimativa é que 23% dos mogianos tenham algum tipo de deficiência, o que equivale a cerca de 100 mil pessoas. "As pessoas não costumam sair de casa devido à falta de oportunidades. Quando existe um local que ofereça autonomia de locomoção, elas conseguem sair. Infelizmente, por Mogi ser uma cidade de mais de 400 anos, a gente tem essa dificuldade de locomoção, mas, quando você oferece a oportunidade para essas pessoas aparecerem, elas surgem", destacou.
Para Valeriana, o preconceito ainda é uma barreira que precisa ser superada. "A partir do momento que todos os cidadãos encorporarem as políticas da pessoa com deficiência, eles automaticamente vão promover a acessibilidade nos comércios e nas escolas. Hoje (ontem) é um dia de confraternização, não é nenhum protesto, é apenas uma forma de mostrar para a nossa população e os nossos governantes que temos pessoas com deficiência em Mogi das Cruzes", ressaltou.
A estudante do curso técnico de Secretariado, Lívia Triboni, de 19 anos, disse que o "cadeiraço" é uma forma de conscientização. "Essa passeata serve para conscientizar as pessoas da cidade. Os principais problemas que enfrentamos é a falta de acessibilidade e o desrespeito das pessoas, em especial, com as vagas de estacionamento para deficientes", afirmou.
A educadora social Cíntia Farias, 26, avaliou que a data é um dia de reflexão. "Trabalho em uma empresa na área de inclusão de pessoas com deficiência. Depois que comecei a atuar nesse setor, eu passei a enxergar as dificuldades que elas enfrentam diariamente. Esse evento é importante para abrir os olhos das pessoas", acrescentou.