A Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) atende 800 pacientes da região sem recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo subsidiada somente com verba da Prefeitura de Mogi das Cruzes, Poá e Guararema. O déficit mensal da unidade atualmente é de R$ 40 mil por mês e, em função da falta de recursos, o atendimento de pacientes novos de Suzano e Itaquaquecetuba foi suspenso, já que as duas cidades não colaboram financeiramente.
Questionada pelo Dat anteontem sobre o fato de não arcar com qualquer custo, mas ainda assim encaminhar 170 pacientes para a unidade, a Prefeitura de Suzano afirmou que o "grosso do orçamento da associação é oriundo SUS" e que por isso não seria "juridicamente correto negar atendimento a portadores de necessidades especiais por causa do CEP".
Em resposta, a AACD, que é uma instituição privada e sem fins lucrativos, frisou que não recebe qualquer recurso federal. A unidade é subsidiada diretamente pelas prefeituras locais, em especial a de Mogi, responsável por quase 60% do valor, o que corresponde a aproximadamente R$ 80 mil.
O Dat apurou que Guararema e Poá também colaboram financeiramente, enviando mensalmente R$ 10 mil e
R$ 7,5 mil, respectivamente. A instituição informou também que há quatro anos a Prefeitura de Mogi tem negociado com as demais prefeituras uma parceria para envio de recursos, mas somente as duas cidades passaram a colaborar.
"A AACD vem buscando envolver mais prefeituras da região na causa da pessoa com deficiência com o objetivo de ampliar os atendimentos. Apesar da crise, os atendimentos dos pacientes que já estavam sendo realizados seguem normalmente", completou a associação, por meio de nota
Suspensão
Há pelo menos um mês foi suspenso o atendimento na AACD para pacientes moradores de Itaquá e Suzano, o que gerou reclamação entre os pais de crianças que começariam o tratamento. A Prefeitura de Itaquá justificou o fato de não ajudar a instituição alegando que "as dívidas exorbitantes herdadas, agravadas pela crise instalada no País e pelo baixíssimo Orçamento do município" impedem qualquer repasse. Ainda assim, destacou que poderá fazer estudo para saber da "viabilidade da ajuda e de quanto a municipalidade poderia dispor".
A Prefeitura de Suzano, além de se enganar e afirmar que a unidade recebe verba do SUS, disse que "lamenta a situação da entidade e que também enfrenta sérios problemas de arrecadação e de recebimento de repasses".