Chamado de "bandido e criminoso" pelo prefeito de Ferraz de Vasconcelos, Acir Filló (PSDB), o procurador público municipal Gabriel Nascimento Lins de Oliveira, que atua na cidade desde 2011, afirmou que as acusações feitas pelo tucano são infundadas e que "tudo não passa de retaliação" em função das irregularidades que estão sendo denunciadas sobre a administração municipal.
"Acredito que muito do que esteja acontecendo se deve à falta de informação do prefeito em relação a alguns assuntos. Ele está fazendo retaliações porque trabalhamos de forma independente a serviço do povo e não do seu governo", declarou o defensor.
Segundo ele, três processos estão em andamento solicitando o bloqueio dos bens do prefeito com base em denúncia de improbidade administrativa, sendo um deles na Justiça Federal, onde tramita na 4ª Vara Federal de Guarulhos (0009114-26.2014.4.03.6119), que investiga o uso indevido de recursos federais. "A procuradoria também pediu o bloqueio na Justiça estadual em função de fraudes em licitação (processo 000.334-59.2015.8.26.0191) e nos autos constam provas de pagamentos indevidos".
Oliveira afirmou ainda ter sido afastado do cargo há alguns meses sem qualquer justificativa por parte da Prefeitura de Ferraz. "Eu não recebi qualquer resposta sobre o motivo do meu afastamento. Entrei na Justiça e consegui uma liminar que me permite voltar ao trabalho. Aleguei que receberia meu salário sem trabalhar e não é isso que eu quero", justificou.
O procurador ressaltou ainda que não trabalha em função de qualquer motivação política e que já recebeu ameaças de morte. "Não temos vinculação partidária. O fato é que outras investigações estão em andamento, inclusive pela Polícia Federal, e acredito que as acusações que o prefeito faz contra nós seja uma retaliação ao trabalho que estamos desenvolvendo na cidade".
Hora extra
Sobre a denúncia de que os procuradores estariam cobrando horas extras indevidas, o advogado afirmou que a situação é totalmente oposta. "Na verdade, nós abrimos mão da hora extra que ele mesmo nos autorizou a receber e temos um documento provando isso", concluiu. (C.M.)