A atual crise financeira vivenciada no País tem impactado de forma drástica em diversos setores da econômica nacional. Em áreas como a construção civil e a indústria metalúrgica, o desemprego é crescente e as entidades sindicais buscam alternativas para manter os empregos. No entanto, segundo o Sindicato dos Papeleiros de Mogi das Cruzes e Região, até o momento, a crise não tem representado grandes ameaças para as empresas do ramo.
De acordo com Márcio de Paula, secretário do sindicato que abrange as cidades de Poá, Suzano e Ferraz de Vasconcelos, as indústrias deste segmento não têm registrado problemas com demissões em massa. "As empresas grandes não estão demitindo, como vem ocorrendo nas indústrias de outros setores. Nesta questão do desemprego, apenas as pequenas fábricas estão sentindo um pouco, mas é natural, pois por serem de menor porte, qualquer desestabilização do mercado acaba refletindo", disse.
Para ele, os reflexos da crise econômica devem ser sentidos nas negociações da campanha salarial unificada deste ano.
"Nós lançamos oficialmente a campanha na semana passada e não dá dúvidas de que a crise vai refletir nas negociações. O mercado como um todo é bastante complicado e certamente as empresas não estarão dispostas a nos ceder aquilo que estamos pedindo", comentou.
Em uma situação bem diferente encontra-se a construção civil. Dados de uma pesquisa do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta que entre janeiro e agosto deste ano 685 postos de trabalho foram fechados somente nos municípios de Mogi das Cruzes e Suzano. Deste total, 127 demissões ocorreram apenas no último mês.
Previsões
As previsões para o restante do ano no setor não são nada otimistas, conforme destaca o diretor regional SindusCon de Mogi, Mauro Rossi.
"Não temos projeção do que vai ocorrer a curto ou longo prazo, mas os economistas projetam uma queda ainda maior no nível de emprego. O Produto Interno Bruto (PIB) que já é muito ruim vai cair ainda mais", acrescenta o sindicalista.