O primeiro dia da greve dos bancários já gerou transtornos nas cidades do Alto Tietê, pois muita gente foi pega de surpresa, quando se depararam com as portas das agências fechadas. De acordo com os sindicatos que representam a categoria, mais de 300 funcionários cruzaram os braços e mais de 60 agências tiveram os atendimentos interrompidos nas cidades de Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba e Mogi das Cruzes. Em Suzano e Poá, o atendimento funcionava parcialmente.
Ainda não há previsão para o fim da greve. De acordo com o Sindicato dos Bancários de Mogi e Região, a paralisação ainda poderá se estender gradativamente para as outras agências, enquanto a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não atender as reivindicações da categoria, que pede reajuste salarial de 16%, participação nos lucros, além de melhores condições de trabalho.
"Em Ferraz, sete agências estão paralisadas e 70 funcionários em greve", contou Nivaldo Carvalho que é diretor do Sindicato dos Bancários de Guarulhos e Região, que abrange Ferraz e Itaquaquecetuba. Ele disse, ainda, que a região tem, em média, 300 funcionários de braços cruzados entre o município ferrazense, Itaquá e Mogi. "A adesão é alta porque a carga de serviço também é alta. Tem bancários com problemas de saúde e até mental, por conta da pressão de trabalhar em agências com metas são abusivas", contou.
Nivaldo destacou o fato de os bancos estarem demitindo mais do que contratando, o que gera a sobrecarga dos funcionários. "As condições de trabalho estão sendo precarizadas e os banqueiros continuam lucrando muito", ressaltou. "Se tivesse condições de trabalho dignas, até abriríamos mão do aumento".
A dona de casa Maria de Fátima Abreu, 50, afirma que foi pega de surpresa. Ela é moradora de Suzano e tentou fazer um saque, que somente era possível no interior no banco.
"Eu preciso deste dinheiro. Se eu não conseguir sacar, terei que pedir emprestado para pagar minhas contas", contou.
O aposentado Ailton Ribeiro de Paula, 54, foi até uma agência bancária de Ferraz, mas também se deparou com as portas fechadas. "Esta greve vai atrapalhar muito, porque tenho que pagar contas que os caixas eletrônicos não aceitam", criticou.
O vidreiro Romildo Calisto, 58, precisava trocar um cheque. "Vou ter que mudar meus planos agora", lamentou.