Na data em que se comemorou o Dia dos Professores, uma manifestação foi realizada no Largo do Rosário, na região central de Mogi das Cruzes. Educadores e alunos estenderam faixas solicitando melhores condições de trabalho nas escolas. Além de pedirem reajuste salarial, os profissionais protestaram contra o projeto de reorganização das escolas estaduais, anunciado pelo governo do Estado. De acordo com os professores que participaram do protesto, não há o que comemorar nesta data.
Inês Paz, conselheira estadual do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), informou que o Dia dos Professores representa uma data para luta. "O governo do Estado não tem nenhuma responsabilidade com a escola pública. Ela está sucateada. Agora, com a justificativa de melhoria, anuncia a reestruturação das escolas, mandando alunos para longe de casa e fechando unidades. Nós que somos educadores, junto com a sociedade, não podemos permitir que isso ocorra. Se querem investir na Educação é preciso fazer o que sempre pedimos, que é uma reorganização com menos alunos nas salas, com um sistema pedagógico que alfabetize e eduque", avaliou.
O conselheiro estadual da Apeoesp Nabil Francisco de Moraes ressaltou que os professores precisam ser valorizados. "Depois de três meses de greve, os professores não têm o que comemorar. Na contramão, o governo anuncia a reorganização, o que significa o fechamento de unidades, a superlotação das salas de aula e o aluno tendo que se deslocar em uma grande distância para estudar", afirmou.
A dona de casa Araci Alvarez, de 70 anos, apoiou o protesto. "Acredito que os professores deveriam ser as pessoas mais bem remunerados do Brasil", disse.