Fracassou a negociação ocorrida ontem, em um hotel da capital, que poderia colocar fim a greve dos bancários. Desta vez a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) colocou na mesa uma proposta que elevaria em 7,5% os salários dos profissionais, mas desta vez sem o abono salarial de R$ 2,5 mil. A proposta foi recusada pela categoria, que manteve a greve. As negociações deverão ser retomadas hoje, a partir das 11 horas, também em São Paulo.
Na primeira proposta, a Fenaban havia oferecido 5,7% mais o abono, essa oferta havia sido colocada aos profissionais antes do inicio da greve, com a recusa desse primeiro aumento, os bancários decidiram pelo fechamento das agências. O movimento já dura 15 dias. A própria Fenaban pediu o intervalo de um dia para que possa voltar às mesas de negociações com outra proposta.
Sem cabimento
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Mogi das Cruzes e Região, Francisco Candido, a proposta feita pelos bancos está longe daquilo que a categoria pede, ou seja, 16%. "É uma proposta descabida e que não contempla as principais reivindicações dos bancários. Esse descaso nos obriga a manter a greve com muito mais força e mobilização. Na mesa, o Comando Nacional rejeitou a proposta e reafirmou a intenção de discutir aumento real".
Além do reajuste salarial, também estão em pauta a participação nos lucros e resultados, pisos salariais e vales refeição e alimentação, maiores do que os atuais. Outros ponto também discutido pela categoria é a falta de profissionais nas agências bancárias e o fim da terceirização na profissão.
Forte em toda a região, a greve bancária começou com o fechamento de 22 unidades em Mogi e hoje as cidades de Suzano, Salesópolis, Biritiba Mirim e Poá, além da própria Mogi, estão com praticamente todos os estabelecimentos bancários fechados. Cidades como Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba e Arujá fazem parte do Sindicato de Guarulhos, que também mostraram forte adesão ao movimento grevista de todo o Estado.
A paralisação dos serviços nas agências bancárias, que este ano já passou de 15 dias, tem se tornado comum em todos os meses de outubro. Foi assim também no ano passado, quando as instituições financeiras ficaram semanas sem abrir as portas aos clientes.