A greve dos bancários ainda está longe de acabar. Com todas as agências de Mogi das Cruzes, Suzano e Poá fechadas, e uma forte adesão desses profissionais nas demais cidades do Alto TietÊ, como Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos e Arujá, a categoria espera uma sinalização da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para tomar uma decisão.
A primeira oferta dada aos bancários há duas semanas, de 5,6%, mais um abono de R$ 2.500 mil, antes que a greve estourasse, foi rejeitada. Os empregados pedem 27% de aumento e criticam a postura dos banqueiros em não sinalizar com uma nova oferta.
Em contato com a reportagem, a diretora de imprensa do Sindicato dos Bancários de Mogi e Região, Regina Cardoso de Siqueira, afirmou que os bancos não têm prazo para reabrir a portas. "A greve está forte e todas a agência estão fechadas por tempo indeterminado. Mas os banqueiros estão calados. É um total descaso com os trabalhadores e com a população".
A dirigente também afirma que, embora o País esteja passando por uma crise, os bancos não sofrem com o atual cenário do Brasil. "É nessa hora que eles mais lucram, em momentos como esse. Os banqueiros não estão passando por crise, é só pegar o lucro do ano passado (de R$ 60,bilhões, se somados os cinco maiores estabelecimentos bancários, segundo o Departamento Intersindical de Pesquisas e Estudos Socioeconômicos - Dieese)".
Demissões e doença
Aliado ao lucro dos bancos também estão as demissões no setor, como aponta Nivaldo Carvalho, que é diretor do Sindicato dos Bancários de Guarulhos e Região, que abrange Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba e Arujá. "A rentabilidade dos bancos foi gigantesca. Houve um aumento dos lucros (18,5% a mais do que 2013), e mais demissões, isso sem contar os trabalhadores que ficam doentes pela quantidade de trabalho", afirmou.
Assim como a representante dos bancários de Mogi, Carvalho destaca que a categoria está motivada em não aceitar qualquer proposta. "Nosso interesse não é dificultar para o cliente, e sim para o banco, que é muito guloso e não quer dividir o bolo. Estamos irredutíveis", finalizou.
O último posicionamento da Federação dos Bancos aponta que "os bancos pagarão um abono imediato de R$ 2.500 a todos os 500 mil bancários, além de reajustar em 5,5% os salários praticados em 31 de agosto de 2015. O reajuste de 5,5% está em linha com a expectativa de inflação média para os próximos 12 meses". Por fim a entidade destaca que "continua aberta a negociações e avaliará contrapropostas que venham a ser apresentadas pelas representações sindicais".