A reorganização da rede estadual de ensino é uma incógnita até mesmo para a dirigente de ensino de Mogi das Cruzes, Rosania Morales Morroni. Durante reunião realizada ontem, com a Comissão Permanente de Educação e Cultura da Câmara Municipal, ela disse que não há nenhuma definição sobre quais escolas do município serão afetadas.
Rosania ressaltou que o fechamento de algumas unidades, que vem sendo divulgadas e alvo de protestos dos pais e alunos, são apenas "especulações e boatarias".
O novo modelo de ensino proposto pelo governo estadual para 2016, prevê uma reorganização na distribuição dos alunos. A promessa é aumentar o número de escolas que atendam exclusivamente um dos ciclos: Anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), Anos Finais do ensino fundamental ( 6º ao 9º ano) e ensino médio. Desta forma, os estudantes do primeiro ciclo, por exemplo, passariam a estudar apenas com alunos que estejam no mesmo grau de ensino.
Desde que a medida foi anunciada pela Secretaria de Estado da Educação, no último dia 23, cogita-se o fechamento de algumas escolas estaduais como a Professor Claudio Abrahão, na Vila Jundiaí, e a Professor Firmino Ladeira, no Mogi Moderno. No entanto, tal possibilidade foi descartada pela dirigente, uma vez que, segundo ela, as unidades que passarão pela reorganização não foram definidas. "Neste momento, não há nada de concreto. São apenas estudos, dados de georeferenciamento para saber onde os alunos moram e qual a probabilidade deles estudarem em uma escola num raio de 1,5 km, por exemplo. No dia 14 de novembro vamos chamar a comunidade para discutirmos possíveis escolas que podem sofrer esta reorganização. Algumas unidades continuarão com dois ou três ciclos", disse.
O presidente da Comissão, vereador Mauro Araújo (PMDB), destacou que aguardará o término dos estudos, mas que neste momento há muitos questionamentos a serem feitos. "Nós pedimos que esta definição seja adiantada para não gerar, por tanto tempo, esta insegurança aos professores, aos pais, e à comunidade em geral", disse o parlamentar , que destacou ainda a preocupação com questões logísticas, como pais com filhos que estudam em diferentes ciclos e a distância que os alunos terão que percorrer.
Para Araújo, a reorganização do ensino é uma forma de contingenciamento de gastos. "O Estado está querendo economizar. Ele está quebrado e vai cortar na Educação. Algumas escolas serão fechadas, e esta decisão já transparente", concluiu.