Em alguns bairros de Mogi das Cruzes, como a Vila Jundiaí e o Conjunto Residencial do Bosque, os casos de furto a residência têm preocupado os moradores e, neste sentido, pelo menos um deles já adotou, entre os vizinhos, sistemática semelhante à incorporada no Jardim Margarida e adjacências pelos comerciantes e policiais militares que patrulham a área.
Na rua Taquaral, no Bosque, por exemplo, uma dona de casa, que não quis se identificar, afirmou que há poucos meses a comunidade se uniu para buscar alguma alternativa para tentar coibir os crimes que, vez por outra, ocorrem no bairro. "Já entraram na minha casa uma vez. Eu estava dormindo e levaram um tanquinho do quintal. A situação, infelizmente, piorou muito e a gente tem até medo de sair na rua. Por isso, estamos nos unindo, passando nosso telefone e whatsapp aos vizinhos para nos comunicarmos, caso haja algum fato ou pessoa suspeita", afirmou.
A vizinha que mora na mesma rua da dona de casa, uma promotora de vendas, foi outra vítima que teve o portão do imóvel arrombado recentemente por ladrões. "Minha filha foi me levar para o trabalho e, quando retornou - coisa de dez minutos depois -, estranhou ao ver o portão da garagem sem cadeado e a porta de entrada aberta. Ligamos para a Polícia Militar, mas quando eles vieram não acharam ninguém", descreveu.
'Olheiros'
Na Vila Jundiaí, moradores também estão assustados com os casos de furto e roubo a residências. Porém, lá, até o momento, ainda não foi implementada uma aproximação entre a vizinhança ou mesmo com a polícia por meio do celular e os vizinhos preferiram, por enquanto, recorrer ao velho abaixo-assinado, com o intuito de entregá-lo às autoridades solicitando mais segurança no bairro.
A secretária Marcia Marques afirmou que o ofício deverá ser entregue à Prefeitura, Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) e ao Ministério Público, cobrando policiamento mais efetivo na região. "Percebemos a presença de jovens a pé e de carro 'de olho' nas casas que ficam vazias e que podem ser furtadas. Eles agem em grupos e, muitas vezes, batem palmas no portão das casas, para ver se tem alguém. Se não tiver, eles furtam os imóveis sem constrangimento algum", explicou.
Marcia afirmou que até as crianças têm sido vítimas dos marginais. "Os meninos saem da escola e são seguidos pelos bandidos, que levam tênis, celular e o que mais tiver", lamentou. (C.I.)