Suzano está sem ambulância para o serviço de remoção. A Personal Care, que atuava na cidade desde 2007 com cinco veículos utilizados para transferir pacientes para hospitais, além de transportá-los para a realização de consultas, tratamentos e exames, alega não ter recebido o pagamento do trabalho prestado por parte da administração municipal e, por esse motivo, suspendeu as atividades. A prefeitura, por sua vez, alega que a empresa não possui a Certidão Negativa de Débito (CND) e, em função dessa pendência, não está fazendo os repasses mensais.
Na manhã de ontem, pelo menos 30 funcionários da Personal Care, que atua também na capital, se reuniram na garagem das ambulâncias para cobrar os salários atrasados há dois meses. O proprietário da empresa, Ercival Wilton Marques, afirma não pagar as remunerações por falta de verba, uma vez que a Prefeitura de Suzano não faz os pagamentos para a empresa desde o mês de maio.
Segundo Marques, foram realizadas reuniões nos últimos meses com o secretário-adjunto de Saúde, Romero Lima, para discussão do assunto. "O que eu sempre ouvi é que a prefeitura não tinha dinheiro para me pagar. Desde junho do ano passado começou a atrasar e de junho para cá não consegui receber mais o valor do contrato. Isso me 'quebrou' financeiramente, por isso não consigo pagar os funcionários", declarou.
O empresário afirmou ainda que, com as cinco ambulâncias em atividade, era possível atender aproximadamente 900 pessoas por mês. Nos últimos meses, apenas dois veículos estavam em operação e por isso, somente 450 pacientes estavam sendo transportados. "As ambulâncias estão sucateadas porque não tenho dinheiro para manutenção também".
Sobre a CND, Marques afirmou que até setembro estava com a situação regular, mas que acabou tendo a certidão suspensa neste mês em função das dívidas com os 40 funcionários e fornecedores. "Já negociei com a Receita Federal e vou conseguir a CND em 30 dias, mas a prefeitura me deve muito antes de perder esse documento", completou.
Ofício
No último dia 27, a Personal Care, que também dava suporte ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Suzano quando era necessário, protocolou na prefeitura um ofício informando a suspensão das atividades realizadas pela empresa.
No texto é explicado que a administração municipal deve R$ 604 mil referentes às dívidas deste ano e
R$ 222 mil referentes aos anos de 2013 e 2014. A empresa informa ainda não ter condição sequer de abastecer as ambulância e comprar os insumos necessários.
O vereador Derli Ferreira Dourado (PT), o Derli do PT, acompanhou a reunião dos funcionários ontem e afirmou que, por meio da Câmara de Suzano, cobrará os pagamentos por parte da administração municipal e também do proprietário da empresa.
Prefeitura
Questionada pelo Dat, a Prefeitura de Suzano informou que a "empresa em questão abriu mão do contrato, pois não possui documentação necessária (CND, por exemplo) para que o município efetue o pagamento, como exige a lei".
A administração destaca ainda que, por enquanto, o Samu ficará encarregado de "suprir a demanda até o Executivo iniciar a contratação de uma nova prestadora de serviços".