Deve estar claro para todos que, ultimamente, vivemos alguns anos de relativa tranquilidade, mas agora, chegamos a um vale difícil de atravessar, um deserto e talvez estejamos mesmo à beira do Araguaia dos velhos tempos. Há alguns meses, alguém dizia que teríamos um 2015 muito difícil para que, em 2016, se iniciasse a recuperação, mas, hoje, já me parece consenso entre os analistas macroeconômicos que 2016 será muito complicado e, quem sabe, o primeiro semestre de 2017, também. Os sinais da administração do país, especialmente, do executivo e legislativo, são de disposição para lançar alguns bois de piranha no rio, a fim de que os demais possam atravessá-lo, mas o problema é que na música, o boi lançado, salva, de fato, a boiada e aqui não estamos certos disto; ao contrário, talvez haja simples e inócuos sacrifícios de alguns, sem a salvação dos demais. Apontamos executivo e legislativo porque, além de tudo, há uma clara dificuldade de governar da parte do executivo e, em sua oposição, o legislativo tem também, votado alguns projetos nocivos à retomada do crescimento do Brasil, como é o caso da nova lei do FGTS - com o governo contra, mas a Câmara a favor, foi aprovada em plenário. O aumento da carga tributária, a falta de funding para a produção, a carestia dos recursos financeiros para produzir e a alta inflação, dentre outros, certamente, matarão mais alguns, mas não desviarão suficientemente a atenção das piranhas para que os demais consigam efetivar essa perigosa travessia, incólumes. O momento é de tensão e requer muita atenção de todos os que estão atravessando o rio, mas especialmente, é momento em que se requer honra, coragem e firmeza do condutor. Creio que essa administração não tenha planejado descartar alguns para que os demais sobrevivam, mas pelo que está fazendo, dá essa impressão e é preciso que perceba isto logo e pare com as medidas que simplesmente, farão sucumbir várias empresas, sem salvar as demais.