A maior parte dos casos de suicídio ocorrem entre jovens com até 25 anos, segundo a psiquiatra Edna Zunigo. "E 95% dos suicídios seriam evitados se tivessem procurado ajuda", alertou a especialista ressaltando que a doença pode ser grave e não escolhe idade.
A psiquiatra explicou que há três fases em que a depressão pode se manifestar. "Há casos de crianças de 9 anos com traços de depressão. Geralmente, elas se queixam das exigências dos pais, daquilo que eles esperam dos filhos. A segunda fase é na adolescência, quando surgem as primeiras mudanças no corpo, não se sabe se é criança ou adulto e tem aquelas necessidades que não são compreendidas", explicou. A profissional ainda lembrou que o diagnóstico pode se desencadear na fase adulta. "Pode haver uma pré-disposição a depressão, mesmo sem ter surgido na infância ou adolescência. A depressão pode aparecer num momento de perdas de pessoas ou materiais e a pessoa pode não saber lidar com isso".
Nem sempre é possível identificar um estágio depressivo, pois os sinais são bastante sutis, segundo Edna. Ela ainda destacou que a depressão pode causar sintomas físicos. "A pessoa fica mais calada, tem dificuldade de concentração, que pode até prejudicar a memória. Além disso, o paciente pode sentir dores no corpo, indisposição, perde a energia, tem enjoos e tonturas, além de ter a coordenação motora prejudicada", revelou.
A psiquiatra informa que existem três estágios da depressão; a leve, a moderada e a aguda. Ela alertou para a importância de procurar ajuda logo no início. "A depressão não tem cura. O que existe é a estabilidade da depressão, mas se não souber lidar com algum problema que aparecer, isso pode voltar à tona", contou. "Existe a depressão sem suicídio, mas não existe suicídio sem depressão. A pessoa somatiza todos os problemas, a levando a depressão e não busca ajuda. Ela pode não suicidar-se, mas existe o suicídio da alma, afeta os órgãos, pode causar pressão alta e até câncer, além de taquicardia. O suicídio da alma é quele que a pessoa se entrega".