Mogi, assim como qualquer outra cidade da região, não pode e não deve dar conta de todos os pacientes do Alto Tietê.
As prefeituras têm suas obrigações. Precisam investir em atendimento primário, postos de saúde e programas saúde da família. O Estado deve dar suporte no atendimento de média e alta complexidades e a União deveria gerir e subsidiar prefeitos e governadores. Infelizmente, esta equação não é seguida.
O tal pacto hospitalar, elogiado e divulgado pelo secretário estadual David Uip, ainda não está em funcionamento. A dificuldade no acesso e a ineficácia dos serviços prestados na atenção primária têm contribuído cada vez mais para a superlotação dos hospitais públicos, onde milhares de moradores do Alto Tietê aguardam por uma simples consulta, um exame diagnóstico ou uma cirurgia eletiva. Tal situação fere não só a dignidade do povo, mas também dos profissionais de saúde que são obrigados a conviverem diariamente com cenas fortes.
O atual sistema de saúde público, com hospitais lotados ou unidades longe de casa, ocasiona, em muitos casos, o retardamento no diagnóstico e, consequentemente, uma piora no quadro clínico.
E já ficou comprovado que não é a chegada de médicos de fora do País a solução para os problemas. O que se tem na verdade é a carência de uma gestão eficiente de recursos.