O ponto alto do desfile cívico em comemoração aos 455 anos de Mogi das Cruzes realizado ontem foi a presença de dois expedicionários que lutaram na Segunda Guerra Mundial. Os pracinhas Paulo Pereira de Carvalho e Miled Cury Andere desfilaram em jipes da época da "Grande Guerra". Logo que os ex-combatentes chegaram à avenida Cívica, no Mogilar, foram cercados por pessoas que aproveitaram para tirar fotos e conhecer os expedicionários.
Os veículos que levavam os pracinhas mogianos foram os primeiros a entrar na avenida e chamaram a atenção dos milhares de espectadores que acompanhavam o evento. Os expedicionários foram antecedidos pelos 100 atiradores do Tiro de Guerra de Mogi.
Carvalho, de 94 anos, disse que participa de todos os desfiles de aniversário de Mogi. "É um privilégio fazer parte da comemoração do aniversário de Mogi que é uma terra que adotei há 70 anos. A sensação é de felicidade. Espero chegar até os 100 anos desfilando. Desde que a guerra terminou, em 1945, tenho participado", afirmou.
Segundo Carvalho, participar do desfile cívico é uma forma de mostrar aos mais jovens noções de patriotismo. "Este evento é importante para sermos exemplos de patriotismo. Na guerra, vimos o que é uma nação ser invadida pela pobreza, isso é deprimente. Queremos que os jovens sigam o exemplo para lutar e evitar que o nosso País passe por isso", ressaltou.
Andere, de 94 anos, ressaltou que desfilar no aniversário do município é uma forma de eternizar uma parte da história mogiana na Segunda Guerra Mundial. "A importância é a memória da FEB (Força Expedicionária Brasileira) que ainda continua viva. Enquanto der para estar presente, nós estaremos. A realidade é uma só: a memória no Brasil é muito fraca. Não há conhecimento da nossa participação na Segunda Guerra. Estar presente no desfile, onde as escolas estão presentes, é muito importante para a memória do Brasil", acrescentou.