O Fórum Mogiano LGBT se posicionou contrário à decisão da Câmara Municipal de São Paulo em aprovar o projeto de lei que trata do Plano Municipal de Educação (PME), eliminando do texto referências à palavra' gênero' e trechos do Plano Nacional de Direitos Humanos que garantiriam igualdade de gênero no ensino municipal. O projeto segue agora para sanção do prefeito Fernando Haddad (PT). O Plano Municipal de Educação deverá orientar o Executivo no planejamento da educação da capital paulista nos próximos dez anos.
Para o presidente do Fórum Mogiano LGBT, Roberto Fukumaru, que também é educador, a discussão de tais questões nas escolas é um fator inclusivo. "A palavra gênero dentro do Plano de Ensino abrange tanto a questão da mulher na sociedade quanto a identidade de gênero, que são pessoas que não se aceita no gênero que ela é colocada na sociedade. O intuito é trabalhar uma escola inclusiva, sem descriminação", disse.
Fukumaru ressalta que a discussão do gênero no ambiente escolar não possui relação com as questões de orientação sexual. "Ela não influencia a questão sexual da criança. A atração sexual que ela sente vai ser despertada com a sexualidade dela, em determinado período da vida, independente de seguir um gênero ou não", comenta.
Já a secretária do Fórum LGBT, Regina Tavares, que durante 26 anos atuou como professora na rede pública de Ensino de São Paulo, destaca que "a inclusão destes termos no PME objetivava que o trabalho escolar tivesse como meta nos ambientes escolares, a promoção do respeito e tolerância a essas identidades, ao gênero e a orientação sexual e não uma suposta ideologia de gênero como foi dito por vereadores e grupos contrários a essa inclusão", afirmou a educadora.