A implantação de um Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) em Mogi das Cruzes, que há anos é reivindicada por ambientalistas e profissionais mogianos ligados à causa ambiental, pode se tornar realidade. A possibilidade passou a ser estudada pela Prefeitura, que destaca a falta de recursos como a principal dificuldade para que o projeto saia do papel.
De acordo com o médico veterinário, Jefferson Renan Araújo Leite, um dos idealizadores do projeto, a existência de um Cetas no Alto Tietê é uma necessidade, levando em conta a grande variedade de espécies de animais silvestres existentes na região. "Essa é uma região que abriga uma grande quantidade de espécies. Ocorrências envolvendo animais silvestres tem se tornado frequente. Alguns casos recentes , como as corujas raras encontradas no poste, a preguiça que sofreu queimaduras após ser eletrocutada, demonstram a necessidade de termos um equipamento deste porte, para que tenhamos mais condições para atender estes animais. O mesmo é válido para aqueles que são resgatados pela Polícia Ambiental em cativeiro", disse.
Segundo Leite, a implantação do CETAS não precisa, necessariamente, ser feita pelo Poder Público. "Nós estamos conversando com a Prefeitura, não apenas de Mogi, mas também estamos buscando parcerias com o setor privado, com algumas empresas que tenham interesse em apoiar o projeto e tornar possível a construção de um Centro como este aqui na região", comentou.
O ambientalista e fotógrafo de animais silvestres, Antônio Wuo, por sua vez, destaca que a instalação de um Centro de Triagem no município é benéfica não apenas para a causa animal. " Para que a cidade seja reconhecida como 'cidade verde', uma dos requisitos é que ela possua um Centro como este. Então, se isso vier a acontecer, será bom para ambos os lados, tanto para o meio ambiente quanto para o marketing do município", avaliou.
O mesmo fator foi destacado pelo secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, André Saraiva, que ressaltou o interesse da Prefeitura em implantar o Cetas em Mogi. " Estamos fazendo os primeiros contatos com os ambientalistas idealizadores do projeto, pois a necessidade de termos um equipamento deste na região é bastante grande. Mas, por se tratar de cuidados com animais silvestres, ou seja não tem a ver com questões epidemiológicas, há certa dificuldade em se conseguir recursos. Então esse é um dos fatores que precisam ser estudados".