O nível do emprego nas indústrias do Alto Tietê voltou a cair e agora acumula um saldo negativo de 3,35 mil postos de trabalhos extintos somente neste ano, segundo estimativa da diretoria regional do Centro das Industrias do Estado de São Paulo (Ciesp) para o Alto Tietê. Somente durante agosto, data base do último fechamento, 750 pessoas foram demitidas.
O cenário atual deixa toda a cadeia produtiva da região em alerta, uma vez que são poucos os setores que não são interligados. Em consequência disso, a queda da produção industrial ocorre em diversos setores do mercado. "Salvo algumas exceções, a maioria está demitindo em razão da baixa produção e da necessidade de corte de despesas. A demissão acaba sendo inevitável depois que se esgotam as possibilidades de banco de horas e férias coletivas e, principalmente, diante da falta de perspectivas de mudanças no cenário econômico", avalia José Francisco Caseiro, diretor do Ciesp Alto Tietê.
A situação fica ainda mais crítica quando os últimos 12 meses também são avaliados. Nesse caso, os dados mostram que 4 mil empregos no setor industrial foram extintos. Para Caseiro, o atual momento beira o insuportável. "O setor metalúrgico, que é o mais expressivo do Alto Tietê, é um dos que mais tem sentido os reflexos da crise e está difícil suportar a situação, com o desaquecimento total do consumo e a continuidade do aumento das despesas, como da energia elétrica e a criação de novos impostos".
Mobilização
O dirigente não vê outra solução que não convocar empresários do setor e demais setores da sociedade para tentar reverter a situação e voltar a crescer. "Precisamos lutar duramente. Precisamos da mobilização da sociedade, caso contrário, será inevitável novas demissões e a situação, que já está ruim, pode piorar ainda mais", finalizou.
Entre as indústrias que tiveram as quedas mais expressivas na manutenção do emprego neste ano estão as de produção de artefatos de couro, calçados e artigos para viagem (31,2%), metalurgia (26,3%) e impressão e reprodução de gravações (25,8%).