A operação da interligação da represa Billings para o Sistema Alto Tietê (Spat) terá início hoje, segundo informou a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). No entanto, a qualidade da água ainda está em análise pela Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb), por conta do excesso de algas na represa da capital, que possui espécies altamente tóxicas, podendo causar danos à saúde humana, segundo informou o órgão.
A entrega vai contar com a presença do governador Geraldo Alckmin, marcada para as 9h30, na avenida Edmundo Luiz de Nóbrega Teixeira, em Ribeirão Pires.
A partir desta quarta-feira, serão bombeados do Rio Grande para a represa Taiaçupeba, 4 metros cúbicos por segundo (4 mil litros), durante 24 horas por dia, de acordo com a Sabesp. Porém, o volume de água transferido também vai depender das condições da represa. O orçamento desse empreendimento é de R$ 130 milhões.
Outro fator que tem chamado a atenção é o excesso de algas, que poderá ser uma ameaça para as máquinas de bombeamento, pois os equipamentos podem parar. Mas a companhia de abastecimento informou que os níveis de alerta para cianobactérias, que são as algas, se referem à qualidade da água bruta captada e que já estão em análise pela Cetesb. A cianobactérias produzem cianotoxinas e a ocorrência de florações em corpos d'água utilizados para abastecimento humano pode representar um sério risco à saúde da população", explicou a companhia ambiental, destacando que o equilíbrio dos ecossistemas também podem ser ameaçados, além de causar perda de carga dos filtros das estações de tratamento e alteração no odor e sabor da água tratada.
A Sabesp ainda garantiu que a interrupção eventual do bombeamento do rio Grande para a represa Taiaçupeba, em função da quantidade de cianobactérias, não vai interferir na produção de água do Spat. "Haverá um controle automatizado dos níveis dos rios, tanto na captação como na descarga, respeitando padrões mínimos e máximos".
A companhia de saneamento já enviou à Cetesb um plano de manejo das vegetações por meio de algicidas, que é uma substância indicada para prevenir o aparecimento de mais algas. O objetivo é reduzir a concentração de cianobactérias a níveis que permitam a captação dentro dos limites estabelecidos por lei, sem trazer prejuízos à qualidade da água da represa Taiaçupeba. "A água retirada será monitorada regularmente e, sempre for necessário, haverá o manejo de forma a manter a captação", afirmou a Sabesp.