Na avaliação do economista Jacó Souza o aumento tributário, bem como a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), anunciados anteontem pelo Governo Federal como forma de reduzir o déficit de R$ 30,5 bilhões no Orçamento de 2016, pode surtir o efeito contrário e agravar ainda mais a crise econômica vivenciada pelo País.
Isso porque segundo ele, o acréscimo de impostos pode "travar o consumo". " De certa forma, o contribuinte não suporta mais o aumento da carga tributária, que já é uma das maiores do mundo. Nós já pagamos muitos impostos, então a elevação dessas tarifas pode fazer com que o consumidor deixe de comprar e consequentemente ocorra o que já temos visto, a redução na produção e consequentemente aumento nas demissões", disse.
Souza ressalta que a recriação da CPMF vai impactar tanto para o consumidor final quanto para o setor produtivo. " O produtor ao comprar a matéria prima já vai sentir o efeito do imposto e consequentemente vai ter que repassar isso a diante. É um efeito que chamamos de "cascata" que vai voltar para a família. Ela vai sim impactar o custo doméstico e pesar no orçamento do cidadão", comentou.
O economista destaca ainda que tais medidas somente surtirão efeito se forem executadas de maneira conjunta. "O Governo Federal declarou que não possui dinheiro para arcar com as despesas e então está se valendo dessas medidas para diminuir o déficit. No entanto, uma ação sozinha não irá adiantar, é preciso cumprir todo o pacote, tanto ao que se refere aos tributos quanto ao corte do custeio da máquina administrativa", concluiu. (SL)