O Escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou, nesta sexta-feira (16), que o plano para construir milhares de novas casas entre um assentamento israelense na Cisjordânia e perto de Jerusalém Oriental é ilegal segundo o direito internacional, e colocaria os palestinos vizinhos em risco de despejo forçado, o que foi descrito como crime de guerra. O ministro israelense das Finanças, Bezalel Smotrich, de extrema-direita, prometeu, nessa quinta-feira, insistir em um projeto de assentamento há muito adiado, dizendo que a medida "enterraria" a ideia de um Estado palestino. Para o Escritório de Direitos Humanos da ONU, o plano dividiria a Cisjordânia em enclaves isolados e é "crime de guerra para uma potência transferir sua própria população civil para o território que ocupa". Cerca de 700 mil colonos israelenses vivem entre 2,7 milhões de palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Israel anexou Jerusalém Oriental em 1980, uma medida não reconhecida pela maioria dos países, mas não estendeu formalmente a soberania sobre a Cisjordânia. A maioria das potências mundiais considera que a expansão dos assentamentos prejudica a viabilidade de uma solução de dois Estados ao desmembrar o território que os palestinos buscam como parte de um futuro Estado independente. O plano prevê um Estado palestino em Jerusalém Oriental, na Cisjordânia e em Gaza, lado a lado com Israel, que conquistou os três territórios na guerra de 1967 no Oriente Médio. Israel cita laços históricos e bíblicos com a área e diz que os assentamentos proporcionam profundidade estratégica e segurança e que a Cisjordânia é "disputada" e não "ocupada". *É proibida a reprodução deste conteúdo. Relacionadas Cisjordânia: novos assentamentos enterram criação de Estado palestino Governo brasileiro condena novos assentamentos de Israel na Palestina