A operadora da rede elétrica de Cuba informou ter restaurado a eletricidade em partes da capital Havana nesta segunda-feira (21), após a quarta grande falha na rede em 48 horas, enquanto a tempestade tropical Oscar atingia o extremo leste da ilha. Os ventos fortes e a chuva intensa arrancaram árvores e espalharam fios de eletricidade caídos em alguns lugares, complicando os esforços de recuperação. O ministro de Energia e Minas, Vicente de la O Levy, disse que os técnicos estavam trabalhando com cuidado para evitar outro colapso elétrico devido às circunstâncias "complexas". "A última coisa que queremos é que, como consequência de uma linha elétrica caída, soframos outro colapso do sistema", afirmou de la O Levy. As autoridades cubanas de energia disseram que estavam fornecendo à rede cerca de 700 megawatts, ou um quarto da demanda de um dia normal, até o meio da manhã. As autoridades disseram que haviam restaurado a energia em 56% de Havana até o meio-dia. As autoridades disseram que também haviam restaurado a eletricidade em partes de algumas províncias periféricas da maior ilha do Caribe. O governo comunista de Cuba fechou escolas e indústrias não essenciais até quarta-feira, enquanto o trabalho continuava. A rede elétrica nacional de Cuba sofreu a primeira pane na sexta-feira, antes da chegada de Oscar, depois que a maior usina de energia da ilha foi desligada, deixando 10 milhões de pessoas sem eletricidade. A rede falhou total ou parcialmente três vezes desde então, ressaltando o estado precário da infraestrutura do país e colocando em risco muitos cubanos, que já sofrem com a terrível escassez de alimentos, combustível e medicamentos. Havana ficou em geral quieta durante a noite, com toda a cidade em blecaute. Mas uma testemunha da Reuters viu vários protestos dispersos em bairros pobres e periféricos, bem como moradores batendo panelas em sinal de frustração com os apagões e a escassez de alimentos e água. O presidente Miguel Díaz-Canel falou à nação em rede nacional de televisão na noite de domingo, dizendo aos cubanos que apresentassem suas queixas com disciplina e civilidade. "Não vamos aceitar nem permitir que ninguém aja com vandalismo e muito menos que altere a tranquilidade de nosso povo", disse Díaz-Canel. Há meses, os cubanos têm enfrentado apagões prolongados de 10 a 20 horas por dia em grande parte do país, estragando estoques preciosos de alimentos e complicando o acesso a combustível e água. O governo e especialistas independentes afirmam que a rede elétrica, que há muito tempo está perto de entrar em colapso, atingiu um ponto crítico com a deterioração da infraestrutura obsoleta e a falta de combustível. Cuba culpa o embargo comercial dos Estados Unidos, bem como as sanções instituídas pelo ex-presidente Donald Trump, pelas dificuldades em adquirir combustível e peças de reposição para operar e manter suas usinas movidas a petróleo. Os Estados Unidos negam qualquer participação nas falhas da rede. *É proibida a reprodução deste conteúdo Relacionadas Rede elétrica de Cuba sofre novo apagão Furacão Oscar segue para Cuba após atingir Bahamas Milhões de cubanos continuam sem energia com agravamento da crise