Paolla Oliveira é do tipo que vive o momento. "Não sou de planejar nada. Eu vou fazendo e as coisas vão acontecendo", conta. No entanto, no ano em que completa dez anos de Globo - depois de uma estreia como atriz quase despercebida em "Metamorphoses", exibida em 2004 pela Record -, a intérprete da ciumenta Melissa, de "Além do Tempo", confessa que, quando o assunto é trabalho, mesmo sem querer, ela vem analisando e propondo um rumo diferente para sua trajetória.
"Amo fazer mocinhas. Mas já fiz muitas. Talvez, nisso, eu esteja ficando mais seletiva e querendo personagens menos óbvias. Mas é algo que acontece também na medida em que minha relação com a empresa se consolida", conta. O ano de 2015, inclusive, foi fundamental para selar esse caminho mais diversificado. Começou com as peripécias e as comentadas cenas sensuais de Danny Bond, na minissérie "Felizes Para Sempre?", e continuou com o trabalho complexo e artesanal da atual novela das seis, na qual a atriz vive os desequilíbrios de uma mulher que é infeliz no amor. 
Natural de São Paulo, Paolla quase desistiu da carreira de atriz para focar na Fisioterapia, área em que é formada e pós-graduada. No entanto, atuar falou mais alto e ela voltou a fazer testes para a tevê. A primeira experiência no veículo foi como assistente de palco do "Passa ou Repassa", do SBT, quando tinha apenas 17 anos. A televisão ficou em segundo plano por causa dos estudos e só entrou mesmo na vida da atriz depois que foi selecionada para viver a Giovana, em "Belíssima", sucesso escrito por Silvio de Abreu em 2005.
"Estes dias eu estava pensando sobre quanto mudei nesta década. Aprendi bastante, perdi a ingenuidade, mas acho que o mais legal foi ter mantido a minha essência. Continuo muito inquieta e com vontade de fazer tudo com paixão", valoriza.
De todo jeito
O apego de Paolla Oliveira ao seu cabelo é enorme. Mas se dissipa por completo quando suas personagens entram em campo. A atriz confessa que estava se sentindo linda com o tons castanhos usados por Melissa na primeira fase de "Além do Tempo". Mas mudar a cor era fundamental para a nova fase da trama. "Tentei argumentar e apenas cortar de forma bem arrojada, mas não teve jeito. Clareei os fios e fiz algo mais moderno. As mudanças de visuais são criações coletivas. No fim, o que prevalece é o que será melhor para o papel", analisa. ("Além do Tempo", Globo. De segunda-feira a sábado, às 18h20).