No início dos anos 1990, a Globo passava por uma situação parecida com a atual. Seja pela fraqueza das tramas ou pela repercussão inesperada de produções da concorrência. Dias Gomes e Lauro César Muniz foram escalados para a faixa das 20 horas. Ao lado do poeta Ferreira Gullar, "Araponga", que este mês completa 25 anos de exibição, foi o resultado desta empreitada.
Boni - todo-poderoso da emissora na época - não aprovou a trama para o horário idealizado e a novela foi exibida na faixa das 21 horas. Produto híbrido de minissérie e novela, o centro da história é o atrapalhado Aristênio Catanduva, de Tarcísio Meira, experiente detetive. Utilizando o codinome de Araponga, Aristênio fica encarregado pela investigação da morte do senador Petrônio Paranhos, de Paulo Gracindo. O político morre ao conceder uma entrevista à jornalista Magali Santanna, de Christiane Torloni, que buscava informações sobre o romance dele com a jovem Arlete, de Carla Marins, com quem teria um filho por meio de inseminação artificial. Destaque para nomes como Ary Fontoura, Ângela Vieira, Eloísa Mafalda, Lúcia Veríssimo e Flávio Galvão.