Ao adquirir um Fiat 500 amarelo, o empresário Ilton Fortino não se importou com a má fama que acompanha os carros coloridos na hora da revenda. Além de ter gostado do tom, em sua opinião isso torna o veículo menos suscetível a furtos, por ser chamativo. Quando colocou o compacto à venda, ele ficou surpreso com a boa procura. "A cor influiu positivamente. Acho que as pessoas estão cansadas de carros iguais."
As montadoras costumam usar cores diferentes para marcar o lançamento de modelos importantes. E exemplos como o de Fortino comprovam uma grande mudança no comportamento do consumidor.
Mesmo assim, muitos ainda se apegam a cores como preto e prata, tentando fugir de uma eventual desvalorização na hora da revenda. Lojistas, contudo, afirmam que essa percepção não condiz mais com a realidade. "A avaliação vai depender das condições do veículo, não de sua cor", diz Raimundo Nonato Dantas, vendedor da Sorana Braz Leme, autorizada Volkswagen na zona norte.
No estoque, há dois Fox i-Motion 2014. Um vermelho, com 32 mil km rodados, é oferecido por R$ 40.900, e um prata, com 56 mil km, por R$ 39.900. Segundo Dantas, carros com tons metálicos e perolizados podem custar um pouco mais que os com pintura sólida.
Daniel Patara, da Sinal Santo Amaro, concessionária Fiat na zona sul, diz que a conservação do seminovo é tão mais importante que pode levar a uma reviravolta na decisão do comprador. "Às vezes, o cliente vem atrás de um carro preto, mas acaba levando um verde, mais conservado."
Tanto Dantas quanto Patara reconhecem que preto e prata são muito procurados, até pela crença na revenda fácil. "O vermelho tem ótima aceitação entre os clientes da Fiat, principalmente nos modelos de entrada. E há quem fuja de preto e branco, que sujam facilmente", diz Patara.