A revista Veja, desta semana, trouxe na capa a intrigante pergunta de Santo Agostinho, nas Confissões: "Deus, sendo bom, fez todas as coisas boas. De onde então vem o Mal?" E na mesma capa temos a resposta da sabedoria humana do poeta polonês Czeslaw Milosz, ganhador do Nobel de Literatura: "O Mal (e o Bem) vem do Homem." A resposta do poeta demonstra a ignorância teológica do homem natural que não pesquisa na Bíblia a revelação pela Palavra de Deus em Isaias 45:6-7: "Eu sou o Senhor, e não há outro. Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, Senhor, faço todas estas coisas." Nada poderia ser mais definido do que isso. Com estas palavras Deus aceita a responsabilidade pela presença do mal em meio à sua criação, e afirma, ainda, que só há um Deus, sendo o único a ter criado o mal. Nenhuma potestade do mal ou qualquer criatura, seja do céu ou da terra, tem poder para criar coisa alguma, inclusive o mal, por ser criatura e não criador. É muito rápida e pouco racional a resposta da maioria quando se pergunta "Quem criou o mal?", "Ah, foi o diabo!". Sendo criatura e não sendo deus nenhuma coisa pode criar,  transforma apenas o que Deus criou em mal atuante.
Usando de metáfora, uma figura de linguagem, tentaríamos explicar em poucas palavras qual o sentido de Deus ter criado o mal. Comparando o mal como um pequeno vidro de veneno que Deus criou e colocou numa distante e segura prateleira no céu e, ainda, avisou que nenhum anjo, ou criatura celestial, poderia tomar dele porque morreria espiritualmente, assim sendo, isolado e sem uso não causaria mal algum. Porém, Lúcifer que significa "estrela da manhã", "filho da alva" ou "o que brilha" com magnífico esplendor, grande beleza e inteligência, bebeu o conteúdo do vidrinho, o mal, e envenenado ensoberbeceu-se ao ponto de desejar o lugar de Deus (Isaias 14:12-14). Arcanjo decaído, despojado da glória e santidade foi lançado do céu com um terço dos anjos rebeldes que o seguiram, todos envenenados pelo mal.