Há 64 anos é comemorado o Dia Nacional do Escritor! Celebrado neste 25 de julho, a data tem como objetivo homenagear os escritores brasileiros e dar visibilidade às pessoas que se dedicam à palavra escrita. A escolha do dia aconteceu por conta da realização do I Festival do Escritor Brasileiro, patrocinado pela União Brasileira de Escritores (UBE), ocorrido em 25 de julho de 1960, no Rio de Janeiro, que na época era presidida por Jorge Amado e João Peregrino Júnior, que propuseram a oficialização anual da celebração aos profissionais da área. 

Nos últimos anos, essa classe artística pode sentir orgulho e até comemorar o seu ofício, por conta do acesso às Leis de Incentivo à Cultura. No ano passado mesmo, diversos municípios adaptaram os recursos da Lei Paulo Gustavo para o segmento literário, onde em minha cidade, Ferraz de Vasconcelos, eu consegui ser contemplado e lançar o meu novo livro,  a Vida de cão do Requis. Das folhas para o universo cinematográfico, eu consegui ainda transformar o meu livro Favela no divã, em um produto de audiovisual, conquistando a contemplação na categoria Longa e Média-Metragem. Nas próximas semanas, diversas cidades vão divulgar as ações da Lei Aldir Blanc, onde tenho certeza que o segmento literário terá o seu espaço de cadastro e contemplações.  

Quando se tem incentivo, temos visão de futuro, sabemos onde “pisar”, o que fazer, para onde caminhar. E nessa jornada, o artista sério e comprometido expande a sua atuação, contrata pessoas, gera renda, empregos e amplia o acesso à cultura, no meu caso, à leitura, ainda desprestigiada em nossa atualidade. Falando em tristeza, o que me incomoda muito nessa data, é que completa 10 anos da morte da minha mãe, que além de doente e sem perspectiva de vida, faleceu analfabeta e não conheceu o meu lado escritor. Ironia da vida, minha mãe morreu na celebração do meu novo ofício profissional. 


Marcelo Barbosa é jornalista, pedagogo e psicanalista. Autor da trilogia “Favela no Divã” e “A vida de cão do Requis”.