Na última sexta-feira (5), a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que seus especialistas chegaram à conclusão de que o coronavírus (Covid-19) não representa mais uma ameaça sanitária internacional e que, portanto, a crise é oficialmente declarada como encerrada. A pandemia ainda não chegou ao fim, mas é um caminho.
Ler essa notícia muito aguardada após três anos de medo, incerteza e mortes traz alívio, lembranças e esperanças. Vencemos essa crise sanitária que marcou nossa vida para sempre e também a história da humanidade, mas nesse caminho perdemos 7 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo mais de 700 mil somente no Brasil e 11,7 mil no Alto Tietê.
Mas com tantas vidas perdidas, será que vencemos mesmo? Quando pensamos em quantas mortes poderiam ter sido evitadas com uma vacinação mais rápida e eficiente e menos fake news, o sentimento de vitória perde um pouco da sua força. Muitas vezes perdemos em humanidade, em bom senso e responsabilidade quando alguns desdenharam do poder desse vírus, colocaram suas vidas e a de outras pessoas em risco e duvidaram do poder da vacina.
Perdemos quando políticos e empresas tiraram proveito da situação ao desviarem dinheiro, comprarem e venderem produtos superfaturados e colocarem a ganância e a desonestidade em primeiro lugar no momento que a preocupação maior deveria ser a vida.
Mas vencemos quando acreditamos na ciência, quando ajudamos uns aos outros em momentos de falta de saúde física e mental, de dinheiro, de apoio e de consolo. Vencemos o isolamento, a solidão, o desespero, os hospitais e UTIs lotados. Vencemos quando entendemos, na dor, a importância dos profissionais da saúde, do cuidado e da humanização.
Fazemos parte de uma geração de sobreviventes que perdeu entes queridos, mas que segue firme em busca de tempos melhores. O coronavírus não acabou, ele segue entre nós, mas agora sabemos como enfrentá-lo. A vacina continua sendo uma necessidade. Ela nos trouxe a liberdade de volta e, no saldo final, podemos dizer que sim, vencemos!