O mundo atual passa por profundas mudanças face às conquistas e evolução tecnológica, geradora de transformações, desafios, oposições e contradições. A nova ordem econômica mundial propõe á humanidade identificar-se com o projeto de globalização, caracterizado no visual, pela exteriorização da tecnologia da máquina e no virtual pelas telecomunicações, a oferecer favores e prometer uma vida mais intensa, ao essencial, por ora possível da existência humana.

O profissional de qualquer área precisa ser considerado e visto como indivíduo no seu modo de ser, sentir, expressar. Esse indivíduo como qualquer humano manifesta sentimentos, reações, comportamentos positivos e negativos que podem interferir na conduta profissional. Cada ser tem lá sua vulnerabilidade e reações peculiares! Humanizar implicará em mudança de atitude, voltada para uma ética baseada no respeito, na solidariedade e na integridade das relações consigo mesmo e com o outro. Humanizar implicará em Ser! E ser é ter cuidado, essência do ser humano, cuidado consigo, cuidado com o outro, cuidado com o Todo. O cuidado como essência do ser humano permite sadia evolução da ternura, fazendo surgir o ser humano complexo, sensível, solidário, cordial, conectado com a Vida, com todos os seres e com o universo.

Percebe-se que sob o domínio de práticas mecanicistas o homem subjugado se despersonaliza! É preciso construir uma nova concepção, resgatar a aliança entre humanos, tempo de religar! Como se todos nós não tivéssemos um detalhe em comum: a espécie homo sapiens! Não existe fator mais importante que o fator humano. Todos somos peças fundamentais para o fator mudança, e os profissionais justamente as molas propulsoras das instituições.

A pergunta é: Será que os profissionais de funções críticas estão se cuidando ou só cuidando de quem cuida? Cuidar é mais que um ato, é uma atitude de ocupação, preocupação de responsabilidade e de envolvimento afetivo com o outro. 

Raul Rodrigues é mestre em Engenharia e ex-professor universitário.