Quando uma obra pública é paralisada, todo recurso investido até aquele momento naquele projeto também fica parado, sem serventia, isso porque a estrutura em questão não está a disposição da população, ou seja, não pode ser usufruída pelos moradores. Ela não cumpre seu objetivo, que é oferecer serviços de qualidade para a comunidade, sejam eles de saúde, educação ou lazer, por exemplo.
Além do dinheiro sem retorno, os prejuízos também são inevitáveis, principalmente quando essa paralisação se dá por um tempo muito longo. Quando vândalos ou bandidos percebem que aquele espaço está de fato abandonado, começam os furtos e assim o patrimônio público vai se perdendo.
Um caso emblemático que retrata isso é a antiga obra da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jardim Revista, em Suzano, iniciada ainda na gestão do ex-prefeito Marcelo Candido e abandonada por mais de cinco anos. Até mesmo o telhado da construção deixou de existir em função dos furtos constantes. Uma capa do Diário do Alto Tietê (Dat) retratou o "antes e depois" do prédio, onde era nítido o prejuízo e a perda de dinheiro público.
Nessa semana, o Mogi News/Dat publicou uma matéria informando que a região tem 14 obras públicas paralisadas e quatro atrasadas nas cidades de Suzano, Ferraz de Vasconcelos, Poá, Arujá, Biritiba Mirim e Salesópolis, segundo relatório apresentado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP), que levou em conta o terceiro trimestre de 2022. No total, essas construções somam um investimento de R$ 161,4 milhões.
Trata-se de um montante bastante expressivo e que precisa ser revertido o quanto antes para a população. A boa notícia é que se tratam de obras antigas, que não foram começadas na atual gestão e algumas delas nem mesmo na gestão passada, ou seja, essa prática de abandono de obra tem ficado para trás e assim precisa continuar.
O recurso público é muito valioso para qualquer cidade e a população necessita de cuidados, de serviços de qualidade e de responsabilidade por parte dos seus gestores. Iniciar e terminar obras é uma ação básica que nunca pode ser deixada de lado.