O desafio de todos os gestores públicos, ao longo dos séculos, mudou diante dos desafios e demandas da população que representam. Não basta apenas resistir às intempéries e sobreviver, mas prosperar, desenvolver-se e criar as condições para a sustentação não apenas do povo, mas de sua identidade e dos fatores que os colocam em evidência no mundo e na história.
Mais do que sobreviver à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o desafio de gestores públicos de todo o país - Alto Tietê incluído - foi o de fazer a descentralização dos equipamentos ao bem público. Mais do que mera conveniência, a logística da aproximação entre o poder público e o cidadão mostrou que o antigo modelo, focado na região central e no progresso de grandes ruas e avenidas, mostrou-se inócuo diante da necessidade do homem e da mulher comuns. E não é por capricho que projetos urbanísticos e arquitetônicos buscam oferecer à distância de uma mera caminhada escolas, hospitais, comércio, policiamento e outros.
O projeto urbanístico de Mogi das Cruzes apresenta hoje mais um passo nesta direção, com a inauguração do Espaço de Arte e Cultura do Jardim Bela Vista, no distrito de Cézar de Souza. Exemplos com o projeto "Viva Mogi" e o Centro Integrado de Atendimento à Saúde (Cias) no Rodeio, a nova Maternidade Municipal em Braz Cubas e o segundo Bom Prato em Jundiapeba, são passos nesta direção de descentralização.
Mas é fundamental que estas ações e intenções não sejam apenas fixadas em obras e maquetes, contratos e planilhas. Oferecer serviços de qualidade e de forma acessível são a essência da descentralização, para que não se faça da demanda à comunidade uma piada cruel, fazendo com que o povo tenha que, forçosamente, buscar fora do bairro o que o poder público não consegue oferecer à comunidade.
Fala-se em "mogianidade" e no fortalecimento do orgulho de morar em Mogi - isto deve ser para além do marketing e das imagens bonitas, mas com a consolidação de um sentimento de encontrar em todos os cantos, em todos os bairros, motivos para lançar raízes.
