O plenário da Câmara dos Deputados aprovou no último domingo a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). A aprovação ocorreu com mais votos favoráveis do que se esperava. Enquanto as simulações indicavam 347 votos a favor do processo, o placar final ficou em 367 votos contra Dilma e 137 que tentaram livrar a presidente da ação de impedimento.
O deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) deu o 342º voto pelo andamento do impeachment. Ele ficou emocionado e foi erguido por outros políticos que começaram a cantar e gritar dentro do plenário.
A sessão de votação de anteontem foi aberta às 14 horas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Após manifestações do relator da Comissão Especial do Impeachment, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), de líderes partidários e representantes da minoria e do governo, a votação começou por volta de 17h45 e só terminou depois das 23 horas.
Antes de chegar ao plenário, na Comissão Especial do Impeachment, o relatório de Arantes pela admissibilidade do processo foi aprovado com placar de 38 votos favoráveis e 27 contrários. O pedido de impeachment, assinado pelos juristas Miguel Reale Jr., Janaína Paschoal e Hélio Bicudo, foi recebido por Cunha em dezembro de 2015.
O pedido teve como base o argumento de que Dilma cometeu crime de responsabilidade por causa do atraso nos repasses a bancos públicos para o pagamento de benefícios sociais, conhecidos como pedaladas fiscais.