O governo Dilma sequer começou e parece já ter chegado ao fim. A imobilidade política diante da avalanche de denúncias e provas de corrupção na Petrobras avança com velocidade sobre o governo e deixa pouca ou nenhuma possibilidade de ele sequer começar. Por muito menos já se deixou o Palácio do Planalto.
A prisão do marqueteiro João Santana fez a Operação Lava Jato ficar às portas do Palácio. As inúmeras delações premiadas já devem ter fornecido todo material necessário para desautorizar o governo. Não que seja o objetivo da operação, como, aliás, muitos alardeiam, mas essa parece ser uma consequência inevitável.
A condução coercitiva do ex-presidente Lula, foi um teste, um balão de ensaio. Serviu de termômetro e demonstrou que nenhuma convulsão social ocorreu e nem ocorrerá. Mostrou também que nem mesmo Lula, com sua inegável popularidade e carisma, está imune à ação da Justiça e que, de fato, é melhor colaborar com a Justiça do que se tornar o próximo Marcos Valério da história.
A condenação de Marcelo Odebrecht há mais de 19 anos de prisão não deixa outra saída ao executivo senão colaborar com a Justiça e com ele mesmo, afinal, é um jovem e bem sucedido empresário que tem uma vida pela frente e, certamente, não planejou terminá-la na prisão. Alegar que não sabe de nada não emplaca como emplacou no caso do mensalão.
O fato é que o povo está cansado e não parece disposto a avalizar um governo que prometeu a continuidade do emprego, o controle da inflação e o crescimento econômico e que entregou desemprego em massa, inflação resistente e recessão acentuada.
O Congresso Nacional disse que só continua suas atividades após o início do processo de impeachment. O ministro da Justiça deixou o cargo poucos dias antes da Lava Jato atingir o ex-presidente Lula e é questionado no STF. Enquanto isso, o pai de família que foi demitido, juntamente com outras 9 milhões de pessoas, não consegue sequer receber o seguro-desemprego.
Governo ruim é igual a novela ruim, melhor terminar antes do previsto. Sem golpe, de ambas as partes.