Bilhões roubados da que já foi uma das dez maiores petroleiras do mundo, outros bilhões surrupiados de projetos do setor elétrico; sabe-se lá quantos para favorecer uns e outros amigos do governo.
Cifras indecifráveis para a maioria dos brasileiros afanados, os mesmos que pagam as contas dos larápios. E que ainda têm de ouvir explicações esdrúxulas, fantasiosas, e até cômicas dos bandidos, além de pregações diversionistas dos orquestradores da rapinagem.
Nessa seara, o emaranhado de invencionices do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para se safar das contas na Suíça, não se difere das pregações da cartilha do PT, que culpa as investigações da Lava-Jato, Justiça e Imprensa pelos dissabores que o Mensalão, e agora, o Petrolão, provocam à legenda.
Ambos - PT e Cunha - apostam no diversionismo, tática que os petistas, a começar pelo chefe-maior Lula, conhecem bem. Cunha domina outras tantas artimanhas, mas nessa só imagina ser bom aprendiz.
Lula é imbatível na técnica. Sabe como ninguém criar fatos, mudar o rumo do noticiário. Na semana passada, depois de ver novamente a si e sua prole metidos em encrencas, revirou sua baqueta para reavivar a ode que silenciara dias atrás contra o ministro Joaquim Levy. 
Um factoide extraordinário. As páginas dos jornais passaram a dedicar espaços generosos a Henrique Meirelles, o preferido de Lula, detestado por Dilma Rousseff. Organizou-se o absurdo Levy versus Meirelles.
Ainda que nem sempre em sintonia, Dilma, Lula, PT e companhia, Cunhas e Renans compartilham a mesma partitura. Unem-se na tentativa de evitar danos. Protegem-se contra cassações de mandato, processos internos e da Justiça. Desprezam o País e cuidam de si com esmero.
Difícil crer que o Brasil suporte a mesma toada de explicações inexplicáveis, acobertamento de corrupção, inépcia e desgoverno até 2018. Mas não basta desautorizar Lula, destituir ou substituir Dilma. Além de outro maestro, o País reivindica outra sinfonia.