Eis a questão! Como mãe, fiz a opção de ser lúdica, mas sabendo que a lucidez pode se revestir. Afinal os pais são sempre chamados a fazer o seu melhor para cuidarem de seus filhos e, isso inclui muitos cuidados, mas também a preocupação com a forma de como fazer isso. Tive uma infância cheia de brincadeiras e liberdade para correr, pular, enfim... Um brincar livre, porque quando o brincar é direcionado por um adulto, definitivamente, não é brincadeira, é atividade!
Aprendi a dar graças a Deus por todo e qualquer alimento na mesa, então tentei passar isso para meus filhos, para evitar que crescessem enjoados e muito seletivos. Para isso, dava nome e sobrenome aos alimentos, montava pratos divertidos e contava historinhas. A couve-flor era a árvore da vida, a cenoura miniatura era a cenoura do Sr. Coelhinho e, assim por diante, meus filhos comiam, tomavam sucos de frutas (todas), e conheciam o suco poderoso de limão com maçã e o especial de abacaxi.
Tudo era uma grande festa para transformar a refeição em um momento gostoso. Porque entendia que a criança precisa de comida, banho, cama, remédios, mas muito mais de amor, tempo, paciência e conhecimento.
Aí entra a diferença de ser lúcido, apenas, ou lúdico. O poder de comunicação gera  o entendimento de que as crianças podem fazer trocas afetivas, verbalizando e expressando sentimentos e impressões. Entender e gostar são necessários para criar as bases de um futuro com menos ignorância e desgosto.
Sempre afirmei que a qualidade se sobrepõe à quantidade e, daí o exemplo das avós (mães com açúcar), campeãs em ensinar brincando. Que tal uma xícara de chá de rosas com uma fatia de bolo de fubá cremoso, como no "Alice no País nas Maravilhas", que vem na caixinha de vidro, com o bilhete: "Coma-me" ?