Um dos sinônimos da palavra defender é proteger. A função do advogado é exatamente esta: defender ou proteger. O advogado também pode ser chamado de defensor. Não há dúvida de que quando alguém procura um advogado, procura um profissional para lhe defender.
São várias as afirmativas possíveis e corretas: o advogado deve defender o cliente; o advogado deve defender os interesses do cliente; o advogado deve defender os direitos do cliente.
O que se pode fazer, para tornar o raciocínio mais claro, é substituir a palavra cliente pela palavra parte. As partes no processo serão defendidas por advogados.
Em todos os processos existirão partes, e estas estarão em lados opostos, salvo raríssimas exceções de jurisdição voluntária.
Nesse sentido, a qualidade fundamental para um advogado é ser parcial, pois somente com advogados que defendam as partes de forma absoluta poderá existir um processo justo. Pois, é justamente isto o que se espera do advogado, é essa a sua função, defender da melhor maneira possível a parte que representa.
Se autor ou réu deve ganhar a causa, não cabe ao advogado auferir. Cabe ao advogado encontrar, e executar, a melhor estratégia para que o julgador veja razão na defesa da parte representada, mesmo que essa não exista.
Aquele que deseja ser imparcial, ou sonha com a utópica aplicação da Justiça do caso concreto, deve ser juiz, ou padre, ou teórico, etc, mas não deve ser advogado. O bom advogado é aquele que busca fazer a balança pender.
E quais os limites para atuação do advogado? Os limites legais. O advogado pode, e deve, na defesa da causa, utilizar todos os meios que não encontrem proibição legal.
Esse momento atual, no qual a sociedade ataca advogados por sua atuação na defesa dos interesses de seus clientes, é obscuro, um momento em que se enfraquece o Estado Democrático de Direito. A democracia depende da defesa dos direitos, e a defesa dos direitos somente pode ser feita adequadamente com muita parcialidade.
