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A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo lançou ontem um censo inédito que irá mapear o real número de pessoas com hepatite C no Estado e, com isso, ampliar e fortalecer as políticas de prevenção e tratamento da doença. No Alto Tietê, em 2014, foram registrados 114 casos e, no período de janeiro a julho deste ano, outras 18 pessoas apresentaram o problema.
Os portadores de hepatite C de todo o Estado deverão preencher um cadastro online, disponível no site da Secretaria (www.saude.sp.gov.br). As informações pessoais serão mantidas em sigilo e utilizadas especificamente para esse levantamento. A iniciativa, segundo a pasta estadual, se ampara na necessidade de aprimorar as ações de prevenção e controle da doença que, por seu perfil assintomático, permite a subnotificação de casos.
Desde 2000, foram notificados 68.297 casos no Estado, número que representa apenas 0,1% da população paulista segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Desse total, 2.049 casos foram registrados somente na região do Alto Tietê e Guarulhos, o que representa 3% do total. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 3% da população mundial esteja infectada com o vírus da hepatite C.
"Embora as hepatites virais sejam doenças de notificação compulsória no Brasil desde 1996, acreditamos que os casos notificados estejam aquém do número real de pessoas infectadas pelo vírus. Por isso, queremos conhecer o real número de portadores de hepatite C no Estado de São Paulo para definir políticas públicas que assegurem um trabalho de qualidade em três frentes essenciais: prevenção, controle e tratamento", afirma o secretário de Estado da Saúde, David Uip.
O diagnóstico precoce da hepatite C pode prevenir problemas de saúde que podem resultar de infecção e evitar a transmissão do vírus, que ocorre apenas pelo contato com o sangue contaminado.
A testagem para detecção da infecção pelo vírus da hepatite C é ofertada pelo SUS (Sistema Único de Saúde) por meio da rede básica de saúde e/ou serviços referenciados, além de ser disponibilizada em campanhas especiais da Secretaria de Estado da Saúde, voltadas à abordagem dos grupos de risco - usuários de drogas injetáveis, filhos de mães infectadas, parceiros de portadores do vírus e pessoas com tatuagens ou piercings, por exemplo.
O vírus da hepatite C pode provocar infecções agudas ou crônicas. Em geral, a doença é assintomática e raramente causa riscos, como ocorre nas infecções agudas; no entanto, casos crônicos podem resultar em graves danos ao fígado.
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