Mogi - Moradores da Vila Nova União acusaram agentes da Guarda Civil Municipal (GCM), de violência excessiva em uma intervenção ocorrida na madrugada de sábado que teria deixado dez pessoas feridas.

Segundo testemunhas, a ação ocorreu em uma adega localizada na rua Yoshio Honda, quando um destacamento da Ronda Ostensiva Municipal (Romu) teria comparecido ao local, onde estaria acontecendo uma apresentação musical. No relato de pessoas que estavam no local, os agentes utilizaram balas de borracha, bombas de efeito moral e spray de pimenta.

Segundo uma das testemunhas, que pediu para que seu nome fosse mantido sob anonimato, os GCMs utilizaram de violência excessiva em três casos: "Um dos jovens já estava de joelhos no chão quando foi atingido por balas de borracha por três guardas. Um outro perdeu a visão de um dos olhos quando foi atingido por uma bala de borracha no rosto, e uma menina quebrou o pé tentando fugir do tumulto. Todos que se feriram foram para o hospital em carros de particulares", informou.

A Secretaria de Segurança informou em nota que a Pasta teria recebido a solicitação de moradores do bairro sobre um pancadão em frente a uma adega, e que por voltada 1 hora de sábado as equipes da GCM e do Departamento de Fiscalização de Posturas foram encaminhadas ao local. Segundo o relato das equipes, elas teriam sido hostilizadas e teriam sido alvo de paus, pedras e garrafas de vidro. "Assim, foi adotada a utilização de equipamentos não-letais, conforme determina o procedimento-padrão para estes casos", declarou.

O fiscal de Posturas teria feito então duas anotações - uma por perturbação do sossego, outra por "pancadão" contra o proprietário de um veículo no local. Perguntado sobre a apresentação musical, a testemunha negou que fosse um "pancadão", e que era apenas um show ao vivo de um grupo de samba. "Havia crianças e idosos, era um ambiente familiar", concluiu.

Sobre o uso excessivo de violência pelos agentes da Guarda Municipal, a Secretaria de Segurança informou que a ocorrência será apurada pela corregedoria da corporação para levantamento dos fatos, circunstâncias e depoimentos, e que após este procedimento será possível definir a adoção das providências cabíveis para o caso. "A Prefeitura de Mogi das Cruzes reitera que não compactua com qualquer tipo de abuso ou violência e o seu compromisso em apurar de forma completa e transparente aos fatos", concluiu.