O coronavírus já faz 92 vítimas no país. O número foi divulgado ontem em plataforma do Ministério da Saúde. Em relação a anteontem, houve um aumento de 15 mortes, quando o registrado foi 77 óbitos. O Ministério da Saúde informou que são 3.417 casos confirmados da doença, o que representa 502 novas confirmações em relação à última atualização dos dados da pandemia no país. O índice de letalidade está em 2,7%.
Enquanto a pandemia avança no país e Estados adotam medidas de quarentena, o governo federal lançou uma campanha publicitária chamada "O Brasil não pode parar" para defender a flexibilização do isolamento social. A iniciativa é parte da estratégia montada pelo Palácio do Planalto para reforçar a narrativa do governo em relação à crise envolvendo coronavírus, e divulga também medidas que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) considera necessárias para a retomada econômica.
A medida vai contra recomendações médicas, do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate à propagação da Covid-19. Especialistas apontam que a quarentena é uma das formas mais eficazes de se evitar a transmissão. Isso porque o contato com alguém contaminado é a principal forma de contágio do coronavírus. No mundo todo, o número de mortes pela doença já ultrapassa 26 mil.
A campanha do governo foi lançada dois dias depois de Bolsonaro convocar a rede nacional de TV e rádio, na terça-feira, para defender a suspensão de medidas adotadas na maior parte do país no combate ao coronavírus.
A OMS alertou que há risco da doença mesmo entre os jovens. "Vocês não são invencíveis. Esse vírus pode colocar você no hospital por semanas ou até matar. Mesmo que não fique doente, as escolhas que faz sobre onde ir podem fazer a diferença sobre a vida ou a morte de outra pessoa", afirmou na semana passada o diretor-geral do órgão, Tedros Ghebreyesus.
Especialistas também apontam o risco de um jovem contaminado com coronavírus, mesmo que não desenvolva os sintomas, possa transmitir o vírus para algum parente idoso, como pais e avós.