Após colocar no meu portfólio uma nova experiência profissional com a sétima arte, através dos produtos de audiovisual contemplados na Lei Paulo Gustavo de Ferraz de Vasconcelos, com apoio do Governo do Brasil, eu fiquei surpreendido por um comportamento que, até então, eu praticava: Ignorar os créditos finais dos filmes!

A constatação veio quando participei do Festival de Cinema em Ferraz de Vasconcelos, que aconteceu de 22 a 30 de novembro, no Centro de Convenções, onde comecei a observar que quando chegava a parte final dos filmes, as pessoas já se levantavam das cadeiras. Quando aconteceu a exibição do meu média-metragem “ Escritor da própria vida”, no dia 24/11, notei a mesma postura, e até cheguei a pensar se o público teria gostado do meu conteúdo, mas pela observação, era geral, entrava os créditos finais e as pessoas saiam do espaço.

Essa experiência me chamou a atenção, porque em um primeiro momento, estávamos consumindo produtos culturais dos artistas da cidade, então conhecer os nomes de quem produziu, fazia parte da minha curiosidade e expectativa. Ao mesmo tempo, fui provocado por um comportamento que eu também praticava, quando ao consumir conteúdo nacional ou internacional, também não me interessava em conhecer quem produziu.

Outra vivência que me trouxe esse senso de atenção, foi na pré-estreia do longa-metragem “Favela no divã”, no meu canal do YouTube. Quando passava o conteúdo, eu recebia diversos comentários e elogios, mas eram poucos os que lembravam dos outros integrantes da equipe, que eram formados pela WSM Produções.

Os créditos finais do filme, são mais do que apenas uma lista de nomes. Eles são a exposição e as contribuições do elenco, equipe, apoiadores, patrocinadores entre outros. Como dizia o meu pai, “ dar nome aos bois”, é um ato de reconhecimento e conhecimento, muitas vezes uma ação necessária para entender e acompanhar trabalhos, cenários e contextos.

Tentei explicar isso para o meu filho mais novo, o Vinicius, que fez parte do elenco do longa-metragem, porém, na hora dos créditos, ele ficou procurando somente o nome dele. Ausências de uns, vaidades de outros… Em geral, não precisamos ser cinéfilos, mas ter o mínimo de respeito com o trabalho do outro, onde eu particularmente, já comecei.

 Marcelo Barbosa é jornalista, pedagogo e psicanalista. Autor da trilogia “Favela no Divã” e “A vida de cão do Requis”.