Após a greve de 48 horas convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps), o Centro Paula Souza (CPS) deve agendar reuniões no início de novembro com a entidade e servidores. Segundo o CPS, o objetivo é esclarecer as bases do novo plano de carreira, acolher contribuições e seguir com os trâmites institucionais necessários à continuidade do projeto. O movimento, segundo o Sindicato, teve adesão parcial das Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) desde a última terça-feira (28) quando teve início a paralisação.
De acordo com o CPS, as aulas ocorreram normalmente nas Etecs do Alto Tietê - em Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes e Suzano, além da Fatec de Mogi. Entre as reivindicações do Sintesp, está reajuste salarial e revisão do plano de carreira.
Segundo José Salvador Pedro, diretor executivo do Sinteps, cerca de 40 unidades das Etecs e Fatecs tiveram trabalhadores em greve ou enviaram representantes para a audiência pública realizada na terça-feira (28), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) — entre elas, as Etecs de Suzano, Mogi e Itaquá. “A participação está dentro do esperado para o período do ano letivo, pois muitas unidades que não aderiram já não teriam calendário para repor as aulas”, afirmou. Segundo ele, uma reunião no dia 10 de novembro avaliará a possibilidade de novas mobilizações.
O diretor avaliou a audiência como o ponto alto do ato. “Conseguimos expor dados sobre o funcionamento do Centro Paula Souza e mostrar a defasagem salarial, tanto de servidores administrativos quanto de professores. Tivemos a participação de professores e funcionários, que puderam expressar suas opiniões”, relatou.
A revisão do plano de carreira, de acordo com o José Salvador, é reivindicada pelo sindicato desde 2017. “Em 2023 o governo sinalizou que a revisão sairia, mas não saiu. Por isso chamamos a greve para pressionar. Outro ponto é a valorização dos nossos benefícios — o nosso vale-alimentação hoje é de R$ 12 por dia trabalhado, que mal dá para comer um salgado, imagina se alimentar de forma devida”, completou. O dirigente acrescentou que a paralisação também teve como objetivo manifestar oposição à reforma administrativa que tramita em Brasília.